Sunday, April 21, 2013

A DISTÂNCIA ENTRE O PENSAMENTO DO HOMEM URBANO E O DO CAMPO


Com a experiência catalogada em sessenta anos, não saberia compreender essa distância e avaliar o quanto ela pode ser prejudicial ao País, porque permeia os projetos,  ações e processos, que deveriam ser simples, reais, e objetivos, para funcionar bem. Mas, a maioria não funciona. Por isso, causam prejuízos incalculáveis ao Brasil, e aos brasileiros.

Certo dia eu estava em visita a um amigo, visinho de fazenda, Engenheiro Civil, empresário em Belo Horizonte. Quando andávamos pelo galpão de sua fazenda, onde se tirava o leite de centenas de vacas, manualmente, todos os dias. Uma de suas sobrinhas, universitária, lhe perguntou ao ver dezenas de bancos de uma perna só, que o vaqueiro usa dependurado em sua cintura, para assentar-se ao pé da vaca para tirar o leite, manualmente:

“tio para que servem esses banquinhos de uma perna só?” A resposta veio imediata. “É para tirar o leite”. Ela, a sobrinha de meu amigo, emendou: “como é que senta a vaca?”. A gozação foi inevitável.

Algum tempo depois, numa chácara no município de Unaí – MG, de propriedade de meu cunhado. Um sobrinho, porque, casou-se com minha sobrinha, formado em processamento de dados, funcionário bem sucedido, inteligente, numa reunião de família, foi incumbido por meu pai, de "apanhar" umas mandiocas para o almoço estava sendo preparado. Foi aí que aconteceu outro episódio semelhante ao dos banquinhos de tirar leite, que evidencia a distância do pensamento do homem do campo, com o pensamento do home urbano, muitas vezes. 

Meu pai, ao oitenta anos, pediu ao meu sobrinho: fulano vá ao quintal e pegue umas mandiocas pra gente cozinhar para o almoço. Ele era a pessoa certa para arrancar as mandiocas naquele momento, é jovem, forte, sadio.

Ele saiu para o quintal, andou, andou e andou, olhou para todos os lados, voltou ao meu pai, e disse: “vô, não achei nenhuma mandioca”! E não acharia mesmo.

Procurava as benditas mandiocas nas árvores, dependuradas, não sabia que a mandioca estava sob os seus pés, enterrada no chão, porque são raízes. Aí a gozação também foi inevitável. Ele sofre até hoje, no bom sentido, quando em família, alguém lembra do episódio das mandiocas que dão em árvores. 

Imagine esses dois jovens protagonistas dessas duas histórinhas verídicas, inteligentes, mas, que não tiveram até então, a possibilidade de conviver e de conhecer aquela realidade, do campo, pensando, projetando e desenvolvendo ações para melhorar a economia do nosso País. 

Você duvida que tenha gente assim trabalhando em postos tão importantes? Eu agora, não duvido mais. Não fossem essas histórias que refletem a distancia entre tais pensamentos, que, também parecia menor. É por essa e outras histórias que os projetos no Brasil não funcionam, estão cheios de erros, de furos gritantes, por isso, em sua ineficiencia carreiam milhões, bilhões de reais para a lata do lixo. Entretanto, o dinheiro não desaparece, mas, muda de mãos com muita facilidade.

Agora que você leu as pequenas histórias verídicas terá, com certeza, maior facilidade de compreender a razão de minhas afirmações acerca do BC, no artigo seguinte, sobre o comportamento repetitivo e ineficaz, do Banco Central do Brasil, o Banco dos Bancos.  

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