Saturday, March 17, 2007

HOMENAGEM A UM POETA VIVO

HEITOR DE ANDRADE, UM POETA EPICURISTA

Ha poucos meses de completar setenta anos de idade, o poeta Heitor Humberto de Andrade se sente renascido. Amante de vinhos, mulheres, poesia e da natureza, nutre-se do que a vida bem vivida lhe deu de bom e quer dividir isso com seus companheiros de jornada, todos os artistas e não artistas que compartilham seu fazer poético. Baiano de Salvador, criado em Vitória da Conquista, duma estirpe familiar que inclui artistas visionários e geniais como Glauber Rocha, de quem é primo, Heitor de Andrade se sente um menino pronto pra redescobrir todos os caminhos e descaminhos que trilhou e viveu. Seus livros publicados são quatro. O primeiro lançado em 1964, pela Imprensa Oficial da Bahia, pouco antes do golpe militar, teve toda a edição queimada por ser considerado subversivo; quinhentos exemplares foram salvo e é raridade e chama-se Corpos de Concreto. O segundo, Sigla Viva, lançado em 1969, editado no Rio de Janeiro, também com edição queimada (o dono da gráfica, um coronel do exército, não se identificou com a poética do livro…). O terceiro livro foi o 3x1, A Matemática do Poema, editado pelo Senado Federal, na coleção Machado de Assis, de 1978, foi execrado pelos que o consideraram cúmplice da ditadura, sendo boicotado pela esquerda de então. O último livro, Nas Grades do Tempo, lançado pela editora André Quicé, do também escritor e amigo Alan Viggiano, foi editado em 1993. Os que conhecemos Heitor Andrade, admiramos sua vigorosa poética, seu entusiasmo e paixão pelo prazer de gozar a aventura de ir fundo em tudo o que faz, polêmico, irreverente, provocador, sem papas na língua. Melhor do que falar dele é mostrar sua poesia, feita com o orgiástico deleite de cantar a vida, os prazeres, amores e gozos, afirmando sua convicção pela paixão de tudo fazer sem outro compromisso que não seja criar. (Zeferino Alves Neto)


V I V O

Em pleno século XXI

Quando eu morrer
Quero meu corpo
Plantado

Na cova
Onde ele possa
Se doar


Integralmente
Como nutriente
Das plantas


Como não me
Foi dado
O direito em vida

De ser
Plenamente
Humano

Possa pelo menos
Ser vivo
Entre os mortos

A MORTE CANALHA DO ITAPECURU
A lâmina do Rio
Está secando
E as árvores em cinza
Se tornaram

A terra ressecada
Mata a fauna
Que ao longo do caminho
Se achava

Observando uma só imagem:
A imagem do fogo
Que a sua cobiça
FORNALHA


S I G L A V I V A

Nasceram os homens
Atrás das siglas
Gritando viva

Viva
A sigla
Viva

Morreram homens
Atrás das siglas
Gritando viva

V E L H A Q U E S T ÃO

Não adianta
Procurar
O amor
Fora de si

As imagens
Que se vêem
E se falam
São pedaços do ser

Violentados
Por elas
O amor
Se dá

Dando-se
Ela apenas
Corteja
A companhia

C O N S I S T Ê N C I A
A Rubem Valentim

Meu lirismo está repleto
De amor
Meu amor consiste em ser fiel
Às variações do mundo
Cada dia ergo uma nova ética
Ao momento maior do meu coração
Meu cérebro é uma usina ardente
Intransigente com leis
Legislando o bloqueio dos homens
Meu código é o poema diário
Que escrevo com eles
Sejam eles quem for
Meu poema é um poema vigoroso
Porque está farto De formas esquálidas

Friday, March 09, 2007

MOEDA SOCIAL: POTENCIALIDADES


Moeda social:
Potencialidade

Esse artigo foi publicado no caderno OPINIÃO do Correio Braziliense de 26.02.07 assinado por MARUSA FREIRE,

Procuradora do Banco Central do Brasil.

Em seguida o leitor terá a oportunidade de ler o nosso comentário.

De natureza complementar à moeda fiduciária (de emissão não lastreada e monopolizada pelo Estado, de curso forçado e de poder liberatório garantido por disposições legais) e à moeda bancária (que é criada pelos bancos comerciais e representa a maior parcela dos meios de pagamentos segundo o conceito convencional de moeda utilizado em quase todos os países), a moeda social pode apresentar variedade significativa de formas e denominações, conforme os propósitos especiais para os quais tenha sido criada.

No Brasil, a Secretaria Nacional de Economia Solidária tem incentivado a criação de bancos comunitários de desenvolvimento para emissão de moedas sociais locais circulantes. Seriam criadas e administradas pelos próprios usuários por meio de associações sem fins lucrativos, a partir de relações econômicas baseadas na cooperação e solidariedade dos participantes de determinadas comunidades, independentemente do exercício de atividade de intermediação financeira.

Atento aos acontecimentos e titular de competência constitucional exclusiva para emitir moeda e para regular a oferta de moeda e a taxa de juros na economia nacional , bem como para supervisionar as instituições bancárias, o Banco Central do Brasil está desenvolvendo um projeto para estudar e avaliar os principais aspectos teóricos e práticos relacionados com as experiências de moedas sociais no mundo.

A iniciativa também visa a mecanismo que permita o acompanhamento, de forma permanente, da evolução da emissão e uso da moeda social no país à luz dos resultados do estudo.

Trabalho semelhante, recentemente publicado pelo Banco Central da Alemanha, demonstra que: (a) o uso de moedas sociais não é fenômeno novo nos países da Europa e tem sido tolerado pelos bancos centrais sob o argumento de que promove o desenvolvimento das economias locais; (b) apesar de implicar maiores custos e maiores riscos para os detentores da moeda social em relação à moeda oficial, o uso das moedas sociais tem-se multiplicado como reação das comunidades locais ao processo de globalização; e (c) o impacto macroeconômico não é significativo, podendo ser quase nulo, a depender da forma pela qual o sistema é desenhado.

A moeda social tem flexibilidade muito maior do que os governos e os bancos atribuíram às cédulas e moedas tradicionais nos últimos dois milênios. Dos pontos de vista jurídico e financeiro, é possível criar a moeda social de variadas maneiras, inclusive singela, pela qual a moeda social assemelha-se às diversas formas de dinheiro primitivo, tais como conchas, dentes de animais e contas, permitindo aos indivíduos maior controle sobre sua criação e uso.

Ora, em virtude de tal potencialidade, também é possível criar moedas sociais simultaneamente compatíveis com os objetivos da política monetária, com as normas da regulamentação bancária e com as políticas públicas direcionadas à geração de trabalho e renda, à inclusão social e ao desenvolvimento econômico justo e solidário.

Logo, a criação de um marco regulatório necessário e adequado para o bom desenvolvimento de sistemas de moedas sociais no Brasil pode ser condição essencial para promover a harmonização dos interesses da eficiência econômica com as necessidades da justiça distributiva, com vistas à transformação do jogo financeiro, conhecido só como jogo de competição — no qual poucos ganham e muitos perdem — em um jogo de competição e de cooperação. No jogo de competição e cooperação, juntamente com os que já usufruem os benefícios financeiros de uma economia globalizada, os cidadãos locais, também membros da comunidade global, podem ganhar. Pelo menos ganhar um pouco, de acordo com as próprias faculdades e potencialidades.

A depender, portanto, dos resultados da articulação das iniciativas da Secretaria Nacional de Economia Solidária e do Banco Central, a aceleração do crescimento econômico do Brasil poderá conduzir à erradicação da pobreza e à redução das desigualdades sociais e regionais. Para se concretizar, é preciso vir acompanhada de política regulatória direcionada à emissão e uso de moedas sociais no país.

Fundada na livre iniciativa e na valorização do trabalho humano, poderá assegurar aos brasileiros existência digna, conforme os ditames da justiça social e da ordem econômica constitucional.
NOSSO COMENTÁRIO SOBRE O ARTIGO DA PROCURADORA DO BC

O artigo da procuradora MARUSA FREIRE é preocupante, caso represente a opinião oficial do Banco Central, porque, entre outras impropriedades afirma que: “(...) o BC esta desenvolvendo um projeto para estudar e avaliar os principais aspectos teóricos e práticos relacionados com as experiências de moeda social no mundo.”

Esse fato mostra o onirismo do BC que o transforma na instituição mais inócua do país, no trato da moeda, quando deveria ser a mais eficiente.

Prova isso, a taxa de juros exorbitante, a falta de financiamento compatível com as necessidades da produção, para atender aos brasileiros que são empreendedores natos.

Ora, a principal função do BC é exatamente outra: Proteger a moeda legal e impedir o surgimento de moedas paralelas.

O Real chegou ao patamar de credibilidade atual por influências exógenas, porque se dependesse da eficiência do Guardião da Moeda estaria na lama, como esteve durante décadas, com a inflação galopante até a chegada de Itamar Franco ao poder.

Não fossem as influencias externas que obrigaram o Banco Central a agir com seriedade no que diz respeito à moeda como instituição, estaríamos ainda hoje, à procura de um dinheiro que funcionasse.

No escopo do próprio artigo, está escrito: “o uso de moedas sociais não é fenômeno novo nos países da Europa e tem sido tolerado pelos bancos centrais sob o argumento de que promove o desenvolvimento das economias locais; apesar de implicar maiores custos e maiores riscos para os detentores da moeda social (...)”.

Parece que o BC não tem familiaridade com o chamado Custo Brasil, que tanto prejudica o desenvolvimento da nossa economia, sendo um dos seus componentes principais, a má administração da moeda praticada pelo banco há décadas.

A expressão extraída do artigo: “tem sido tolerado”, que grifamos, mostra o caráter ilegal da iniciativa do banco.

Por muitas razões, o Brasil nunca esteve tão preparado para caminhar com as próprias pernas como está agora, uma delas é a credibilidade da moeda nacional que já contaminou positivamente o inconsciente de todos os Brasileiros, mas também do publico externo, e ainda não convenceu o seu administrador constitucional, o Banco Central, que por isso peca.

A autarquia, em pleno século vinte e um, ainda não compreendeu a essência do dinheiro. Desse jeito vamos perder o bonde da história. Nada contra a procuradora do BC que assina o texto, não a conheço, mas, se é a posição oficial do banco, está no caminho errado, e precisa ser corrigido urgentemente. Não precisamos de outra moeda, principalmente ilegal, precisamos sim, usar o Real que temos a nossa disposição, com sabedoria. É inconcebível duas moedas para o mesmo país. É como se o Banco Central quisesse reinventar a roda ao desprezar os milênios de desenvolvimento que está contido no dinheiro. O dinheiro, tal como ele é hoje, em todos os cantos do mundo, sem valor intrínseco, totalmente desmaterializado, sustentado no império da lei e da crença social, não há nada para mudar nele, mas, tão somente, na sua administração.

Brasília – DF, 09 de março de 2007.

Eustáquio Costa.

MARTA

Penso que, se o presidente Lula checar no dicionário o que significa marta, acabarão suas dúvidas em abrigar no seu governo, Marta Suplicy. Gênero de mamíferos carnívoros e digitígrados (que anda na ponta dos pés) sem fazer barulho, de pele muito apreciada. A pele desse animal: “vestia um modesto vestido de seda, e agasalhava-se em uma capa de martas.” (Camilo Castelo Branco, em A mulher Fatal, p. 97.) – Talvez a capa que o presidente precisará como proteção – nas futuras tempestades, que certamente o seu governo, nos próximos quatro anos, deverá enfrentar. Não conheço Marta Suplicy pessoalmente, é apenas uma intuição, questão de justiça política, uma consultoria gratuita, daquelas que nem sempre podemos recusar.

Brasília - DF, 06 de março de 2007.

DETALHE

Penso que o PMDB precisa urgentemente fazer a sua autocrítica. Não deve esquecer que o Sr. Jobim foi o trabalhador da aprovação do voto eletrônico sem impressão, condição sine qua non para impedir uma possível recontagem. Quem acredita que não há mutreta no processo eleitoral brasileiro, é inocente. Prefiro ficar com as premissas levantadas pelo ex-governador Leonel Brizola, a aceitar uma imposição, para mim inconseqüente e irresponsável. É nos detalhes que se encontram os segredos das tecnologias. É a colherinha de sal que reforça o sabor da carne. É falta de sabedoria, qualquer atitude que possa fritar a democracia de um país gigante.

Brasília - DF, 07 de março de 2007.

A VISITA DE BUSH

Governantes que não se preocupam primeiro com o mercado interno, ou são despreparados, ou são irresponsáveis. No início e desenvolvimento da produção de soja, o campo ganhou algum dinheiro. Investiu e criou tecnologia. Agora, quem mais lucra no segmento são os atravessadores e as indústrias internacionais. Daqui a bem pouco tempo, se o povo não tomar o devido cuidado, os trabalhadores continuarão morrendo nos canaviais, enquanto o nosso cobiçado produto, o etanol, irá sustentar a insustentável qualidade de vida dos cidadãos americanos. Nada contra eles, porque na verdade também, são vitimas da sua desenfreada ilusão, mas a favor do sofrido e de mãos calejadas, trabalhadores brasileiros. No desenrolar dos acontecimentos, a história registrará que a distribuição internacional do combustível renovável é que será o grande negócio. Acorda Brasil, porque o Sr. Bush não está dormindo.

Brasília - DF, 09 de março de 2007.

Friday, February 23, 2007

FALTA INTELIGÊNCIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 23.02.07


Várias vezes FHC disse em entrevistas: "Se eu soubesse o que fazer eu faria", faltou ação em seu governo, decisão, teve medo de agir. O Brasil melhorou um pouco no primeiro mandato de Lula. Isso aconteceu porque o empresariado retraído percebeu que a economia não mudaria de rumo. A certeza motivou o investimento. Nada mais. Portanto, a melhora ocorreu porque Lula e FHC atrapalharam menos. Se o presidentei no primeiro tempo aprendeu a governar, terá de escolher ministros competentes. Isso permitirá tomar medidas importantes. Reduzir imediatamente a taxa de juros e proceder a uma reforma política séria. Caso contrário, no segundo tempo será ainda menor o emprego e a renda. A virada está próxima. Falta inteligência no governo.
Brasília - DF, 23.02.07

Eustáquio Costa

Wednesday, February 21, 2007

DINHEIRO

A maior idiossincrasia do neoliberalismo é confundir dinheiros diferentes. O dinheiro das pessoas físicas e jurídicas de direito privado, é restrito, é contábil. Já o dinheiro do estado, deve ser flexível. Porém, com trato responsável, até mais do que o do dinheiro privado. Diferença, que faz diferença, ao final. O paradoxo está na concepção do juro. O governo pode pagar juros sobre a moeda estrangeira para internalizar novas tecnologias e adquirir bens de produção. Entretanto, sobre a moeda nacional o juro deve ser pago entre as pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Essa dicotomia gera concorrência desnecessária, porque o governo torna-se o maior tomador do dinheiro, do qual ele é o único dono. Detêm o poder de emissão. Essa prerrogativa permite a redução da carga tributária, o seu uso como indutor do desenvolvimento, principalmente nos segmentos necessários, que à iniciativa privada não interessa começar, mas tão somente continuar. Eis o grande desafio da humanidade, compreender o dinheiro.
Brasília - DF, 21 de fevereiro de 2007.
Eustáquio Costa

BIODIESEL - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 22.02.07

Considerando a safra de 2005, uma família média de cinco pessoas pode consumir 9 quilos de grãos por dia. Depois de cozido um quilo é suficiente para alimentar cinco pessoas. Portanto, sobram grãos. Com o investimento no biodiesel o país terá inúmeras vantagens. Ao consumir internamente maior parte dos grãos convertidos em combustível, reduz a oferta internacional desses produtos. O preço melhora. Reduz a importação de petróleo. Economiza. A mamona pode ser cultivada em terras não aproveitadas, é rústica. A gordura animal no combustível aumenta o lucro dos produtores. O processo de inclusão do biodiesel, se bem explorado, pode levar o país a pensar em reduzir a exploração do ouro, porque a extração do metal destrói a natureza. Hoje, a sua oferta é maior do que a procura. Só permanece estável, por conta da idiossincrasia da humanidade, que teima em considerá-lo ativo financeiro, mesmo depois da moeda totalmente desmaterializada, sem valor intrínseco. É fantasia de riqueza. É preciso mudar. A verdadeira riqueza é o alimento e a energia.

Brasília - DF, 20 de fevereiro de 2007.

Eustáquio Costa

Thursday, February 15, 2007

ENERGIA

A espinha dorsal da economia globalizada é a geração a transmissão e a distribuição de energia. O grande problema é que as fontes ficam cada vez mais escassas, enquanto o consumo cresce em grande velocidade.
O preço baixo, e, a grande oferta de petróleo sustentou o desenvolvimento das nações mais ricas, até o final dos anos setenta. De lá para cá, a expansão continua, mesmo sabendo ser impossível, diante das reservas mundiais, sustentar esse processo por longo tempo.
Para atenuar o problema, cada uma das nações, busca desesperadamente importar o excedente onde ele estiver. Os Estados Unidos são um exemplo crítico dessa real dificuldade. Apesar de serem o terceiro, ou talvez, o quarto maior produtor de petróleo, precisam importar mais da metade do seu consumo interno.
Na energia elétrica, a situação dos EUA é semelhante, figuram entre os maiores produtores, e precisam importar o excedente do México e Canadá. A questão energética fica ainda mais grave, quando vista sob a ótica do consumo mundial. A média do consumo do norte-americano é duas vezes maior do que a dos ingleses, seis ou sete vezes maior do que a dos brasileiros, e quase trinta vezes maior do que o consumo do povo etíope.
Cerca de 1/3 dos habitantes do Planeta, não são beneficiários da energia distribuída através das redes elétricas, são obrigados a recorrer às outras alternativas disponíveis, como a energia solar, os geradores movidos a óleo combustível e às baterias recarregáveis. A maioria dessa gente excluída da matriz energética tradicional reside nos países mais pobres da África e da Ásia, principalmente, nas zonas rurais. Estudos recentes dão conta de que para cada 1% de crescimento do PIB, exige-se o mesmo percentual de aumento na oferta de energia.
A partir desse quadro, fica fácil compreender a grande encrenca em que está se metendo toda a humanidade. É fundamental que haja uma reflexão bastante profunda e séria, em todos os continentes, sobre a velocidade do crescimento econômico mundial, a distribuição da riqueza e renda, e ao mesmo tempo, sobre o estabelecimento de prioridades para o consumo da energia e a sua conversão em produtos e serviços.
É preciso compreender urgentemente que não há espaço para o desperdício, é preciso produzir tão somente o estritamente necessário, porque contrariando esta regra, será mesmo irremediável a catástrofe humana, em tempos não muito distantes para os padrões históricos mundiais.
Essa análise tão simples, quanto real, torna-se ainda mais catastrófica, quando pensamos que mais de 60% de toda a energia consumida no mundo é proveniente da queima dos combustíveis fosseis não renováveis, e que na sua queima ainda deixa um outro problema, o do aquecimento global, que daqui a pouco estará exigindo outro gasto substancial de energia, desta vez, para resfriar os lares de alguns milhões de pessoas que padecerão com o calor insuportável. É uma equação complicada!

Brasília – DF, 16 de fevereiro 2007.

Eustáquio Costa

PARA O GLOBOONLINE EM DIVERSAS DATAS

Há meia verdade nas afirmações dos especialistas! O problema social está no especialismo exacerbado. A principal tendência do individuo é a de ser entendido, depois a de entender. Se ninguém me entende eu choro, eu grito, eu ajo etc. Os especialistas vivem em confronto, não se entendem. É preciso integrar todos os segmentos para chegar-se ao pensamento abrangente, o de compreender e dar solução. A crise mundial está no mal-uso do dinheiro publico e privado, tudo mais é conseqüência.

A maioria dos crimes cometidos tem relação direta com o dinheiro. Casamentos, divórcios, suicídios, brigas nos inventários, discórdias nos contratos sociais etc, acontecem por conta do dinheiro. Vejam o caso do milionário da sena. A política monetária excludente adotada pelo BC, há décadas, precisa mudar. É preciso reduzir a taxa de juros ao patamar compatível com a produção, para animar o empresário a investir e gerar emprego. Antes do criminoso há a vítima social.

Se todas as pessoas desesperadas, que lotam as igrejas a procura de solução para os seus problemas diariamente, dedicassem metade desse tempo na luta pelo direito, Deus atenderia mais rapidamente os seus pedidos. Deus é onipotente, onisciente, onipresente, Ele nos enxerga durante todo o tempo: e para isso não exige que fiquemos nesta busca frenética para encontrá-lo. Ele está sempre do nosso lado, basta que desocupemos por alguns segundos as mãos e a mente, para abraçá-lo.

A ministra tem razão. Durante muito tempo construímos os nossos hábitos. Depois, se não cuidarmos passamos a ser escravo deles. Um congresso que só age movido pela emoção, pela comoção é escravo dos seus próprios hábitos e acaba sendo irresponsável. É preciso compreender as causas para dar a solução. Ela não é psicológica, nem sociológica, é financeira, está no mal-uso do dinheiro. É preciso mudar a política econômica para gerar emprego e renda.

A essa altura do campeonato, o Brasil só mudará efetivamente para melhor, com mais emprego, renda e inclusão social, se mudar a política econômica, e reduzir a taxa de juro ao patamar compatível com a realidade da produção. Considerando que o presidente não enxerga substituto para a equipe do BC, qual quer cidadão de mediana inteligência pode ser ministro no seu governo. Esperamos que, pelo menos, escolha aqueles que não estejam envolvidos com a corrupção histórica.

Penso que o presidente Lula, atualmente, está padecendo da mesma síndrome que arruinou a carreira política de Brizola. A de ouvir mui a poucos! Brizola escolheu escutar uma meia dúzia de carregadores de malas. Eles são espertos, dominam a burocracia, gastam mal o dinheiro do partido. Confirma a tese o fato de Cristóvão Buarque ter sido candidato à presidência pelo PDT. O candidato natural seria o ex-ministro Mauricio Correia, homem de conduta ilibada. Brizola não admitiria o senador.

Demorou muito até que o TSE resolvesse democratizar a divisão do Fundo Partidário. Entretanto, é preciso fiscalizar!!! Do meu ponto de vista o PDT é um dos que gasta mal esse dinheiro. Filiados espertos, dominam a burocracia e desvirtuam a legenda, usando o recurso. Confirma a tese, o fato de Cristóvão Buarque concorrer à presidência pelo PDT. O candidato natural seria o ex-ministro Mauricio Correia, homem de conduta ilibada. Brizola, vivo, não admitiria o senador na legenda.

Depois que o dinheiro se desenvolveu, desmaterializou-se, e ganhou a forma atual. Tudo gira em torno dele! Para tê-lo, o “crime organizado” usa o comércio. Mas o que comercia? Principalmente as drogas. Tal como o dinheiro, a droga só tem valor por conta da sua raridade, não pelo valor intrínseco. Pensando assim: se o Estado produzir maconha, cocaína etc, e distribuir aos viciados, a inteligência do crime buscaria outros caminhos para ganhar o seu sustento.

Assisti a uma audiência no TRT. Bancária teve os seus direitos desrespeitados. O valor da indenização ficou próximo de R$ 600 mil. Um juiz insinuou que o valor estava alto. Quem pode pagar não deve abusar do poder do dinheiro. No bolso do cidadão comum pode proporcionar maior benefício do que no caixa do banco, que cobra juro exorbitante. Pensando assim: os R$ 14 mil representam pouco, diante do transtorno causado às vitimas do metrô.

O presidente Lula afirma que não admitirá soluções simplistas para os problemas da previdência. A pergunta a ser feita é: aceitará solução simples para o fato concreto? A política monetária atual remunera os agiotas nacionais e internacionais a 13% aa. Descontada a inflação, os seus capitais dobram em 9 anos. Para haver coerência, os recursos destinados à aposentadoria deveriam ser corrigidos na mesma proporção. Aí não haveria déficit. O que há, é tratamento desigual para coisas semelhantes.

É fantástico em 2006 o lucro dos bancos. Fim do primeiro mandato do presidente Lula. O Bradesco se dá ao luxo de antecipar amortizações. Esse é o grande paradoxo do governo PT. É claro, bancos devem lucrar, mas para o país desenvolver, gerar emprego e renda, o lucro deve ser menor. O que só acontecerá com a redução das taxas de juros. Juro compatível com a realidade da produção anima o investidor a aplicar o seu capital em novos projetos, que não o da especulação. Acorda Banco Central!

Ao agirem sob o ímpeto da comoção social, os deputados, senadores e juízes podem produzir resultado devastador, tão perigoso quanto o de historicamente não cuidarem com respeito ao povo, do seu dever de ofício. Daqui a pouco, para estimular aqueles senhores, é possível que cadáveres sejam jogados em frente do parlamento. Estamos vivendo as conseqüências sociais do trabalho mal-feito, sem critério. Se, temos que trabalhar, não nos custa trabalhar bem.

A dor que o juiz Cury está sofrendo, certamente não tem cura, há paliativos. Um deles é a sua luta para fazer a justiça acontecer. Mas ele é vitima do fracasso do judiciário. Uma das razões desse fracasso é: muita injustiça cometida porque os juízes não lêem os processos com o devido cuidado. Julgam-nos sem o devido conhecimento. Penso que os deputados e senadores deveriam criar uma lei, que obrigue aos juízes a lerem os processos em voz alta, e gravar essa leitura para compor os autos.

Quando os fiéis dedicarem metade do tempo, que dedicam ouvindo pregadores, muitas vezes despreparados e desonestos, na luta pela justiça, certamente Deus os ouvirá mais prontamente. Ele nos vê durante todo tempo, é onipresente, não exige que o procuremos freneticamente para nos dar atenção. Basta que por alguns segundos desocupemos nossas mentes e nossas mãos, e O abracemos. Assim, nossos pedidos poderão ser atendidos com mais rapidez.

O dinheiro tal qual o conhecemos hoje: agrega séculos de desenvolvimento. Compreende-lo na sua essência é condição sine qua non, para que dele possamos extrair a energia necessária ao desenvolvimento do país. Para isso, é preciso que o dinheiro circule na medida certa. Nem mais, nem menos. A política do BC faz com que ele circule de menos, de maneira seletiva e excludente. É urgente que se reduza a taxa de juros ao patamar compatível com a produção. Só assim, a violência será reduzida.

Banco deve ter lucro para se perpetuar. Mas não precisa tanto. O lucro exorbitante do segmento estabiliza a economia na beira do caos. Ela só inclui, quando gera trabalho. A taxa de juro abusiva neutraliza a vontade do empresário de investir. Ao contrário do que se possa imaginar, reduzir a taxa de juros melhora inclusive para os bancos, porque aumenta o volume dos negócios e reduz a inadimplência. Para isso, é preciso ajustar o modelo econômico, adaptando-o às necessidades nacionais.

É claro: todo brasileiro deve ter orgulho da eficiência da Petrobras. Mas é importante analisar o que diz os grandes lucros: inclusive os dos bancos. Com o lucro anual da Petrobras seria possível construir mais de um milhão de casas populares, ao custo de R$ 25 mil cada. Acabaríamos com o déficit de moradia do país. Reduziríamos a violência, porque o endereço fixo é um dos itens que mais dá dignidade ao ser humano. Governar é eleger prioridades e exercita-las.

Conversa do Cristovam Buarque e risco n’água é tudo a mesma coisa, inócua, porque fala muito e age pouco. É como o papagaio da minha avó, aprendeu a falar de tudo e sobre tudo, mas sabe muito pouco, não passa de um “especialista”. Ora, o senador falar contra a demagogia é piada: pois ele é um grande demagogo. Sua passagem pelo governo de Brasília, não deixou nada de positivo. O BRB na sua gestão foi literalmente assaltado por uma verdadeira quadrilha, nomeada por ele. Agora está no PDT, depois da morte de Brizola, porque antes, depois que Brizola ficou sabendo de tudo que aconteceu em Brasília, na sua gestão, não o aceitaria no PDT. Com a sua candidatura a presidente, quase que o PDT não cumpre a cláusula de barreira. No ministério da educação foi uma lástima. Nada aconteceu de prático. Ele é daqueles que “consegue enganar a muitos por muito tempo, mas não a todos por todo o tempo”.

Há duas décadas atrás, um jovem de 16 anos tinha uma percepção da realidade, diferente do que a tem hoje, porque tinha muito menos informação e conhecimento. Mas, podia trabalhar, e trabalhava muito, principalmente os que nasceram no interior e na roça. Entretanto, somente reduzir a maioridade: significa construir muito mais cadeias. É preferível reduzir a idade para o trabalho, e criar emprego. Emprego, só com a redução da taxa de juros. Acorda BC!

É preciso pensar. O mundo inova a cada dia, e a política econômica envelhece. Não acompanha a realidade. Se a equipe de governo do presidente Lula, não consegue pensar em nada novo para debelar a eterna crise do país, faço um desafio: Quero uma diretoria no BC, sem salário. Com tanto que eu seja ouvido, com o mesmo peso dos que o recebem. Crio rápido, uma solução nova, que agrade a todos, ricos e pobres, empresários da produção e banqueiros. Posso falar. Votei em Lula.

O Senador Jefferson Péres não se curvou agora. Curvou-se há muito tempo. Primeiro, quando eu lhe avisei do comportamento antético do sr. Georges Michel, que foi presidente interino do PDT-DF, por mais de uma década. O senador não tomou providências. Segundo, quando lhe disse que o governo Cristovam foi o mais corrupto de Brasília, contei-lhe que o Cristovam nomeou uma verdadeira quadrilha, para assaltar o BRB – O Banco de Brasília. Que o banco só não quebrou, irremediavelmente, porque o Cristovam perdeu a reeleição. Mesmo assim, o senador Jefferson Peres aceitou ser o vice de Cristovam, na campanha presidencial. O senador Jefferson Peres sabe, porque eu lhe disse: que Brizola vivo não aceitaria o Cristovam nos quadros do PDT. Lupi, Manoel Dias etc, estão todos traindo a memória de Leonel de Moura Brizola.

É verdade, Fidel criticou Brizola. Mas quantos outros o criticaram? Vamos lá: nenhum político, além de JK e Brizola contribuiu tanto para o desenvolvimento do Brasil. Vejamos: Brizola governador do Rio Grande do Sul construiu 6300 escolas. Nelas, o povo estudou e aprendeu tanto, que o estado ficou pequeno para eles. Influenciou os estados visinhos. Daí passaram a vender suas terras pequenas e caras, e a adquirir propriedades no Cerrado Brasileiro, antes improdutivas, hoje o celeiro do mundo. Quando governou o Rio de Janeiro criou a fábrica de escolas. Para não ficar a reboque da história que Brizola construía, todos os governadores passaram a discutir a educação, e a construir escolas. A partir desse ponto, sobraram vagas para as nossas crianças. Depois disso, FHC e LULA, quantas escolas foram construídas? Hoje faltam milhares, ou milhões de vagas.

A história do homem mostra que antes da escola, veio o trabalho. Para divulgar o trabalho aperfeiçoado fruto da experiência surgiram as primeiras escolas. A primeira noção do direito de propriedade aconteceu quando o homem sistematizou a cata do alimento, e passou a guardar-lo debaixo de uma árvore, ou de uma gruta etc. A labuta para sobreviver, trabalho de todos, é o começo de tudo. Portanto, o trabalho é mais importante para o jovem do que as escolas tradicionais, que ensinam muito pouco. Para mudar a escola, e criar emprego, é fundamental reduzir a taxa de juros. Mudar a política econômica. O mundo a cada dia se renova, e a política econômica envelhece, segue os mesmos caminhos que já sabemos aonde nos levarão. À exclusão social, à violência, à desagregação da família etc. Será que a equipe econômica não consegue enxergar um caminho novo? Será falta de inteligência, ou de pensar? O que você acha?

Da mesma forma que se edifica uma casa, tijolo por tijolo, a sociedade constrói o caráter de uma criança, que ao nascer não está rotulada, nem predisposta à marginalidade. O seu abandono pelo estado, quando não cria o trabalho e a escola para os pais e para as próprias crianças, torna o esse estado também criminoso. Portanto, a medida é paliativa. Para resolver o problema definitivamente, há que se mudar a política econômica e reduzir a taxa de juros.
É claro que a fé importante. Entretanto, explorar a fé das pessoas como negócio, convencendo-as com propagandas subliminares, proibidas por lei, a seguir caminhos pouco aconselháveis, é um ópio de poder incalculável, porque corrói o inconsciente e o consciente da cada indivíduo, transformando o povo em público, como uma fita virgem que aceita a mentira como se verdade fosse, e a verdade em mentira consagrada. Já é tempo de estabelecer regras rígidas para padres, pastores e as suas igrejas.

O futuro é aqui, e agora. Segundo a física quântica somos o produto da nossa atenção. Honestos, desonestos, Justos ou injustos, este é o resultado de para onde apontamos o nosso nariz. Se os congressistas e os juizes não prestam a devida atenção ao povo, e se o povo não presta a necessária atenção nos juízes, nem nos congressistas: todos, não existimos. Não temos presente, passado, nem futuro.

As coisas essenciais na vida custam muito pouco, ou nada mesmo. Mas o governador Aécio Neves, razão do cargo, não pode freqüentar sempre uma academia aberta ao público. Entretanto, não precisa que nós os mineiros e as mineiras, principalmente, fiquemos com inveja do jovem governador. Porque correr, andar, caminhar, fazer flexão, abdominal etc, nas ruas, nos parques e nos jardins faz o mesmo efeito ao corpo, sem gastar dinheiro. Agora, precisa ter a mesma disposição do futuro presidente. Faça força. Enxergue e defenda o povo brasileiro. A física quântica afirma que: somos o resultado de onde a nossa atenção nos leva, se perceberes o povo, ele o enxergará.

Se o governo tiver a mesma competência para governar que tem para arrecadar, o país mudará para melhor. Há que se fazer a pergunta: com tanto dinheiro, para que tomar emprestado dos bancos? Sim, o governo continua o maior tomador de empréstimo do sistema financeiro, concorrendo com a iniciativa privada. Desse jeito, a taxa de juro continuará sempre alta. É preciso que o BC acorde do sono eterno, e mude a política econômica, para permitir a geração de emprego e renda.

Preocupar com o dinheiro, depois com a felicidade torna as conquistas mais difíceis. Uma sessão de piadas rompe a mais carrancuda das faces. Desse ponto de vista, o comediante que alcança o sucesso, paralelamente, faz muita gente feliz. A sensibilidade do humorista falta a muitos políticos brasileiros e americanos. A guerra do Iraque, e os juros exorbitantes que impedem a geração de emprego e renda, e alimentam a violência: comprova a tese. Eleger um humorista inteligente pode valer a pena.

A nossa natureza é parte da natureza da realidade. Toda a matéria, tudo que podemos ver, tocar, ouvir, saborear ou cheirar vem da mesma fonte. Uma barra de ouro e uma de chumbo são feitas das mesmas partículas. A diferença está na arrumação. Ao contrário do ouro e do chumbo, as nossas crianças nascem iguais: sem rótulos, sem estrelas. Nós, quem as transformamos. É preciso agir nas causas. Embora, não possamos abandonar as conseqüências, ninguém vai transformar chumbo em ouro.

O mandato deve ser cumprido no partido pelo qual se elegeu. Sou contra o fundo partidário. Ele é uma ameaça à democracia. Com dinheiro fácil os partidos não precisam de filiados. Contratam militantes a cada eleição. A arrecadação deve ser feita por meio dos seus filiados. Uma loteria dos partidos, por exemplo. O presidente nacional deve ser um senador, o regional um deputado federal, os municipais, deputados estaduais ou distritais. Veja o exemplo do PDT: o senhor Carlos Lupi não foi eleito a nada. Manda inclusive nos senadores. Até recebe um dinheirinho da liderança, como funcionário. Onde ficam a ética, e o principio do voto popular?

O fundo partidário é um risco para a democracia. Retirar dos pequenos partidos o direito a recursos do fundo, prova a tese. A receita dos partidos deveria vir, por exemplo: de uma loteria, administrada pela própria CEF, sem imposto. Bilhetes numerados, ilustrados com a sigla da legenda, comercializados pelos filiados e militantes. No verso dos bilhetes o programa de cada partido. A divulgação das idéias, etc. Assim, aquele que conquistasse a maior simpatia do povo, teria maior receita.

É claro que não! O cerne da questão passa batido. Nenhuma criança nasce para ser v’iolenta. São transformadas. A comunicação instantânea oferece gratuitamente, a todas as pessoas, conhecimento e informação: poder. As novelas, os jornais, o cinema, os bairros chiques, tudo mostra a vida fantástica que o dinheiro pode comprar. Todos querem: de um jeito ou de outro. Essa propagando subliminar freqüente, martelando no subconsciente desorganiza a alma frágil. Ela fica forte e mata. O juro é muito alto.

A palavra correta não é endurecer, mas fazer cumprir as penas. Para isso é preciso compreender o raciocínio do apenado. Quem entra numa granja de porcos pela primeira vez, acha o odor insuportável. Os trabalhadores dessas granjas desenvolvem uma enzima que reduz a sua percepção do mal-cheiro, mas ele continua lá, para o nariz do visitante. A maioria das prisões são nojentas e mesmo assim os presos acostumam com a situação. Grande parte deles esquece da sua vida anterior. Ao saírem, cometem novos crimes para voltar. Mahatma Gandhi disse: “melhor não ganhar o seu sustento com o trabalho intelectual”, porque esse trabalho permite ganhar-se mais do que o necessário. A pena pode até mesmo ser reduzida. Mas aos olhos de Gandhi todos nós deveríamos produzir com as nossas próprias mãos todo o alimento que consumimos principalmente os presos.

As fusões mundo afora, mostram o desespero dos grandes grupos, com a decadência do neoliberalismo. É preciso mudar o modelo, reavaliar a definição e a função da riqueza. A massificação da tecnologia de produção e distribuição da cultura torna difícil a sustentação das grandes corporações. São vitimas da tributação excessiva, e da redução do lucro, mesmo com a economia de escala que: já não é suficiente para garantir-lhes perpetuidade. Veremos a divisão dos grandes em pequenos, bem organizados.

Penso que você não tem razão de estar preocupada. Quando Lula tomou posse do seu primeiro mandato, emocionado chorou. Disse que o seu primeiro diploma era aquele emitido pelo TSE, o de Presidente do Brasil. Passou quatro anos na universidade Palácio do Planalto. Deve ter aprendido. O seu diploma de curso superior foi assinado por milhões de brasileiros. Tem credibilidade. Se o PAC não se transformar noutro PAC, Programa de Aceleração da Corrupção, o país melhora com certeza. Para isso: é preciso que as nossas autoridades, depois do carnaval, fiscalizem. Mas, quem não tem substituto para a equipe do BC. Que em quatro anos não conseguiu mostrar um novo caminho para a economia. Não reduziu a taxa de juros ao patamar compatível com a produção. Nesse time, qualquer cidadão de mediana inteligência pode ocupar os ministérios.

As pesquisas do IBGE mostram o que a maioria das pessoas sensatas do nosso país, que acompanharam minimamente o desenrolar do primeiro mandato do governo Lula já sabia. Menos a equipe do BC. As pessoas comuns, nos bares, nos clubes, todas sabiam que era preciso reduzir a taxa de juros ao patamar compatível com a produção. O BC reduziu a taxa de juro nominal a conta-gotas, sem reduzir a taxa real. Por isso, o investimento e o emprego não vieram. Confirmou-se o estelionato eleitoral. O paradoxo do segundo mandato, é o presidente não encontrar substituto para a equipe do BC, parece que o PT e a base aliada são surtidos de incompetentes. Para que o PAC dê certo, é fundamental que se reduza a taxa de juros, porque do contrário não sairá do papel, ficará só no discurso, ai a história registrará o segundo estelionato eleitoral nos governos Lula. Eu mesmo sentirei um verdadeiro idiota, duas vezes enganado, por ter renovado, como milhões de brasileiros o seu voto em Lula; esperamos que o presidente acorde.
Ivo Morales reivindica o máximo para o seu povo. Erro do contrato inicial. Não previu o desenvolvimento da região, e o aumento da demanda de gás. Quem paga mais do que leve, sem pedir reserva do estoque que pagou e não levou, é culpado. Hoje, pagamos pela falta de zelo na redação dos contratos. Agora, Ivo Morales precisa preocupar com o futuro. Quando o Brasil estiver produzindo gás suficiente para o consumo interno, terá de vender mais barato. A estratégia do boliviano é capitalizar-se agora. É a lei da oferta e da procura: quem cochila perde. O Brasil precisa desenvolver suas instituições de políticas internacionais. Justiça seja feita: é a melhor parte do governo Lula. Justificou a compara do avião. Vendeu melhor o Brasil, do que o fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na verdade, esse é o maior motivo dos ciúmes de FHC com relação a Lula. Confúcio disse: “a essência do conhecimento é, em tendo-o usa-lo”.

Considerando a safra de 2005, uma família média de cinco pessoas pode consumir 9 quilos de grãos por dia. Depois de cozido um quilo é suficiente para alimentar cinco pessoas. Portanto, sobram grãos. Com o investimento no biodiesel o país terá inúmeras vantagens. Ao consumir internamente maior parte dos grãos convertidos em combustível, reduz a oferta internacional desses produtos. O preço melhora. Reduz a importação de petróleo. Economiza. A mamona pode ser cultivada em terras não aproveitadas, é rústica. A gordura animal no combustível aumenta o lucro dos produtores. O processo de inclusão do biodiesel, se bem explorado, pode levar o país a pensar em reduzir a exploração do ouro, porque este destrói a natureza. Hoje, a sua oferta é maior do que a procura. Só permanece estável, por conta da idiossincrasia da humanidade, que teima em considerá-lo ativo financeiro, mesmo depois da moeda totalmente desmaterializada, sem valor intrínseco. É fantasia de riqueza. É preciso mudar. A verdadeira riqueza é o alimento e a energia.


A maior idiossincrasia do neoliberalismo é confundir dinheiros diferentes. O dinheiro das pessoas físicas e jurídicas de direito privado, é restrito, é contábil. Já o dinheiro do estado, deve ser flexível. Porém, com trato responsável, até mais do que o do dinheiro privado. Diferença, que faz diferença, ao final. O paradoxo está na concepção do juro. O governo pode pagar juros sobre a moeda estrangeira para internalizar novas tecnologias, etc. Entretanto, sobre a moeda nacional o juro deve ser pago entre as pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Essa dicotomia gera concorrência desnecessária, porque o governo torna-se o maior tomador do dinheiro, do qual ele é o único dono. Detêm o poder de emissão. Essa prerrogativa permite a redução da carga tributária, o seu uso como indutor do desenvolvimento, principalmente nos segmentos necessários, que à iniciativa privada não interessa começar, mas continuar. Eis o grande desafio da humanidade, compreender o dinheiro.

O mal da humanidade está no paradoxo de os governos pagarem juros sobre o dinheiro que podem emitir com responsabilidade. Concorrem no “mercado” (arapuca) e impedem que o dinheiro custe menos, para os investidores da produção. A prerrogativa permite reduzir a carga tributária, levantar os segmentos que à iniciativa privada interessa só a continuidade. Ao estado só deve permitir pagar juro sobre a moeda estrangeira, para importar produtos e tecnologias que gerem emprego e renda.

É verdade. Há uma linda árvore de mogno, com quinze metros de altura em frente ao bloco em que moro. Forte sadia, cresce sem adubo. Muita terra ociosa de topografia acidentada que pode receber o plantio de florestas com o crédito de carbono. Dinheiro que vem para gerar riqueza efetiva, emprego e renda para a população. Pode ser o caminho do MST, com apoio do governo. Existem várias espécies de árvores brasileiras, madeira nobre, que podem ser cultivadas em todos os rincões do país. É preciso que os bancos, com a sua estrutura poderosa incentivem os projetos. Mais um segmento para aplicar dinheiro. É ora dos parlamentares agirem. Os governadores, que busquem o máximo de crédito de carbono para os seus respectivos estados. Imagine o que a natureza pode fazer com a ajuda do homem semeado. Nossas florestas maravilhosas foram plantadas pelos outros animais, o homem só as destruiu. É ora de inverter os papeis, eles querem de volta o seu hábitat.
Brasília - DF, 21 de fevereiro de 2007.
Eustáquio Costa

Wednesday, February 14, 2007

TRABALHO

A história do homem mostra que antes da escola, veio o trabalho. Para divulgar o trabalho aperfeiçoado fruto da experiência surgiram as primeiras escolas. A primeira noção do direito de propriedade aconteceu quando o homem sistematizou a cata do alimento, e passou a guardar-lo debaixo de uma árvore, ou de uma gruta etc. A labuta para sobreviver, o trabalho, é o começo de tudo. Portanto, o trabalho é mais importante para o jovem do que as escolas tradicionais, que ensinam muito pouco. Para mudar a escola, e criar emprego, é fundamental reduzir a taxa de juros. Mudar a política econômica. O mundo a cada dia se renova, e a política econômica envelhece, segue os mesmos caminhos que já sabemos aonde nos levarão. À exclusão social, à violência, à desagregação da família etc.
Será que a equipe econômica não consegue enxergar um caminho novo?
Será falta de inteligência, ou de pensar?
O que você acha?
Brasília - DF, de fevereiro de 2007.
Eustáquio Costa

O SENADO DISCUTE A MAIORIDADE PENAL

Há duas décadas atrás, um jovem de 16 anos tinha uma percepção da realidade, diferente do que a tem hoje, porque tinha muito menos informação e conhecimento. Mas, podia trabalhar, e trabalhava muito, principalmente os que nasceram no interior e na roça. Entretanto, somente reduzir a maioridade: significa construir muito mais cadeias. É preferível reduzir a idade para o trabalho, e criar emprego. Emprego, só com a redução da taxa de juros. Acorda BC!
É preciso pensar. O mundo inova a cada dia, e a política econômica envelhece. Não acompanha a realidade. Se a equipe de governo do presidente Lula, não consegue pensar em nada novo para debelar a eterna crise do país, faço um desafio: Quero uma diretoria no BC, sem salário. Com tanto que eu seja ouvido, com o mesmo peso dos que o recebem. Crio rápido, uma solução nova, que agrade a todos, ricos e pobres, empresários da produção e banqueiros. Posso falar. Votei em Lula.

Eustáquio Costa

jeccosta@gmail.com

Monday, February 12, 2007

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

O texto que você vai ler a seguir, é de Paulo Coelho.


Então estamos nos aproximando cada vez mais do Mal Absoluto. Quando rapazes, em pleno controle de suas faculdades mentais, são capazes de arrastar um menino pelas ruas de uma cidade, isso não é apenas um ato isolado: todos nós, em maior ou menor escala, somos culpados.

Somos culpados pelo silêncio que permitiu que a situação em nossa cidade chegasse a este ponto.

Somos culpados porque vivemos em uma época de "tolerância", e perdemos a capacidade de dizer NÃO.

Somos culpados porque nos horrorizamos hoje, mas esquecemos amanhã, quando há outras coisas mais importantes para fazer e para pensar.

Somos os olhos que viram o carro passar, o medo que nos impediu de telefonar para a polícia. Somos a polícia, que recebeu alguns telefonemas através do número 190, e demorou para reagir, porque o Mal Absoluto parece já não pede urgência para nada. Somos o asfalto por onde se espalharam os pedaços de corpo e os restos de sonhos do menino preso ao cinto de segurança.

A cada dia uma nova barbárie, em maior ou menor escala. A cada dia algum protesto, mas o resto é silêncio. Estamos acostumados, não é verdade?

Muitos séculos atrás, John Donner escreveu: "nenhum homem é uma ilha que se basta, a si mesma. Somos parte de um continente; se um simples pedaço de terra é levado pelo mar, a Europa inteira fica menor. A morte de cada ser humano me diminui, porque sou parte da humanidade. Portanto, não me perguntem por quem os sinos dobram: eles dobram por ti."

Na verdade, podemos pensar que os sinos estão tocando porque o menino morreu, mas eles dobram mesmo é por nós. Tentam nos acordar deste cansaço e torpor, desta capacidade de aceitar conviver com o Mal Absoluto, sem reclamar muito - desde que ele não nos toque.

Mas não somos uma ilha, e a cada momento perdemos um pouco mais de nossa capacidade de reagir. Ficamos chocados, assistimos às entrevistas, olhamos para nossos filhos, pedimos a Deus que nada aconteça conosco. Saímos para o trabalho ou para a escola olhando para os lados, com medo de crianças, jovens, adultos. Entra ano, sai ano, mudam-se governos, e tudo apenas piora. O que dizer? Que palavra de esperança posso colocar aqui nesta coluna?

Nenhuma.

Talvez apenas pedir que os sinos continuem tocando por nós. Dia e noite, noite e dia, até que já não consigamos mais fingir que não estamos escutando, que não é conosco, que estas coisas se passam apenas com os outros. Que estes sinos continuem dobrando, sem nos deixar dormir, nos obrigando a ir até a rua, parar o trânsito, fechar as lojas, desligar as televisões, e dizer: "basta. Não agüento mais estes sinos. Preciso fazer alguma coisa, porque quero de volta a minha paz". Neste momento, entenderemos que embora culpemos a polícia, os assaltantes, o silêncio, os políticos, o hábito, apenas nós podemos parar estes sinos.

Nosso poder é muito maior do que pensamos - trata-se de entender que não somos uma ilha, e precisamos usá-lo. Enquanto isso não acontecer, o Mal Absoluto continuará ampliando seu reinado, e um belo dia corremos o risco de acreditar que ele é a nossa única alternativa, não existe outra maneira de viver, melhor ficar escutando os sinos e não correr riscos.

Não podemos deixar que chegue este dia. Não tenho fórmulas para resolver a situação, mas sou consciente de que não sou uma ilha, e que a morte de cada ser humano me diminui. Preciso parar minha cidade. Não apenas por uma hora, um dia, mas pelo tempo que for necessário. E recomeçar tudo de novo. E se não der certo, tentar não apenas mais uma vez, mas setenta vezes. Chega de culpar a polícia, os assaltantes, as diferenças sociais, as condições econômicas, as milícias, os traficantes, os políticos.

Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo.

Paulo Coelho

Tuesday, February 06, 2007

DINHEIRO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 11.02.07

DINHEIRO

A principal função do Banco Central é a de proteger a moeda, não no sentido físico, mas no institucional. Os distúrbios que um país potencialmente rico, mas que vive efetivamente pobre, não se explicam psicologicamente, nem sociologicamente. Explicam-se financeiramente. O dinheiro para cumprir a sua função social, precisa circular como o sangue nas veias, e atingir todas as extremidades do corpo. No Brasil o dinheiro circula de maneira seletiva, excludente, o que necrosa o tecido social. A função de autoridade monetária funcionou muito melhor, quando desempenhada pelo Banco do Brasil. É que milhares de agências podem perceber e suprir a necessidade de moeda genericamente pelo país. Por onde o dinheiro não anda, não há movimento econômico suficiente. A ausência desse movimento desemprega, ou não emprega. Mãos e mentes desocupadas são oficinas do diabo. Definitivamente, as nossas autoridades não sabem cuidar do dinheiro. Não basta reduzir a taxa de juros.

Brasília – DF, 11 de fevereiro de 2007.

Tuesday, January 30, 2007

MINISTÉRIO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 03.02.07

MINISTÉRIO
Termina o primeiro mês do segundo mandato do presidente Lula. Quando tomou posse para o primeiro tempo, emocionado, ele chorou. Disse que o seu primeiro diploma era aquele, emitido pelo TSE, o de presidente do Brasil. Falou muito e governou pouco. Mas o povo compreendeu. Agora não há desculpa. Para quem quer aprender, a Universidade Palácio do Planalto ensina mais, em quatro anos, do que a melhor das universidades nacionais. Milhões de brasileiros assnaram o diploma de curso superior do presidente. Portanto, não há mais desculpas. Terá que governar bem. Para isso, é necessário, no mínimo, saber escolher a equipe. Que a raposa não tome conta do galinheiro, porque senão o PAC não vingará. FHC se recusou aprender.
Eustáquio Costa

CORRUPÇÃO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 29.01.07

CORRUPÇÃO

A sigla PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, lançado pelo governo Lula com orçamento nominal de R$ 503,9 bilhões) tem dois significados importantes. O segundo PAC que dizer: Programa Ativo de Corrupção. Sim, porque tomando como base a história recente, oito anos de governo FHC e quatro anos do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito inclusive com o meu voto, tudo leva a crer que no mínimo 30% do orçamento será desviado pára os porões da corrupção. O pior pecado da autoridade é a omissão e o pior cego é o que não quer ver. Assim, a farra só não se repetirá se as nossas autoridades tomarem um chazinho de vergonha. Caso contrário, o investimento não passará de R$ 352,73 bilhões, incluíndo o que será malfeito, para ser desmanchado e refeito posteriormente. É o jogo da hipocrisia.
Eustáquio Costa

DEMOLIÇÕES – PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 25.01.07

DEMOLIÇÕES

Para o trabalhador formar uma poupança no Brasil não é fácil. Primeiro, porque não há cultura de guardar um percentual do que se ganha mensalmente. Segundo, porque o salário médio do trabalhador é muito baixo, incapaz de satisfazer as necessidades mínimas. Portanto, é preciso valorizar o dinheiro daqueles que, com esforço sobre-humano conseguem guardar algum. É dinheiro sagrado! É correta a atitude do governo Arruda de demolir as construções irregulares. Mas, simultaneamente, é preciso que mande punir as falsas autoridades, que permitiram por irresponsabilidade ou por omissão proposital, que se construísse em locais proibidos. Porque, desse modo, estão dilapidando o patrimônio suado do trabalhador. Ele é o menos culpado pelas irregularidades, porque busca o endereço que dá dignidade para si e sua família. É atitude instintiva e nobre do ser humano. O mesmo não se pode dizer daqueles que amontoam o dinheiro da grilagem nas mansões.
Eustáquio Costa

IDIOSSINCRASIA – PUCLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 14.01.07

IDIOSSINCRASIA

Entre todos os animais, o homem é o único que multiplicou significativamente a sua capacidade cerebral, em milhões de anos de “evolução”. A caixa craniana do homem, desde que desceu da árvore, aumentou em aproximadamente 3,44 vezes. Ou seja, passou de um cérebro de 450 cm3 para 1.550 cm3, em média. De que adianta o privilegio, se não sabe usar até hoje, dizem os especialistas, mais que 5% do potencial dessa ferramenta. Ao homem e aos outros animais terrestres, foi reservado ¼ da superfície do planeta para seu hábitat. Para os animais aquáticos, os ¾ restantes. Mesmo sendo os donos da maior parte, eles não poluem nosso ambiente. Quem é, verdadeiramente, o mais sábio?
Eustáquio Costa

UNANIMIDADE BURRA – PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 23.12.06

UNANIMIDADE BURRA

No artigo “Democracia manca” (21.12.06), a autora mais uma vez brinca com as palavras falando sério. Lembra Nelson Rodrigues. A unanimidade é burra? A mobilização nacional contra o aumento dos subsídios dos parlamentares, motivada pela igreja e pelos sindicatos principalmente é infantilmente incoerente. Primeiro, porque toda esse energia deveria ser gasta para exigir o aumento do salário mínimo. Segundo, porque deputados, senadores e juízes terem boa remuneração é condição mínima necessária para a sociedade exigir deles o bom trabalho, que historicamente recusam prestar. Terceiro, porque o aumento não se reflete negativamente na economia, mesmo considerando o efeito cascata. Conclusão: falta assessoria para melhorar o desempenho do governo Lula. Os atuais dirigentes não sabem lidar com o dinheiro.
Eustáquio Costa

PREVIDÊNCIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 11.12.06

PREVIDÊNCIA

Outra vez vêm à tona as conversas sobre a reforma da Previdência. Como sempre, falas superficiais, incoerentes, inconscientes ou, senão, criminosas. As autoridades erram ou cometem crime quando afirmam existir déficit nas contas da Previdência. Tal afirmação fica ainda mais distante da realidade quando a culpa do famigerado déficit é atribuída aos trabalhadores rurais aposentados. A história mostra que o desenvolvimento brasileiro e da grande maioria dos países continentais foi sustentada pela mão calejada do homem do campo. Portanto, ele gerou riqueza suficiente para garantir-lhe esse mísero salário aposentadoria. De outro modo, se os recursos depositados mês a mês nas contas da Previdência fossem remunerados, como o são nos fundos privados, o resultado seria mais que suficientes para manter o necessário equilíbrio. Ora, se é justo o governo remunerar os recursos dos agiotas nacionais e internacionais a taxas exorbitantes, seria justo também remunerar os recursos destinados à aposentadoria.
Eustáquio Costa

DINHEIRO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 25.12.06

DINHEIRO

Deus, ao criar o homem à sua imagem e semelhança, inseriu em seus braços a ferramenta mais perfeita, suas mãos. Para completar a obra, ainda lhe deu uma mente poderosa, capaz de criar outras ferramentas subsidiárias, que podem facilitar a vida. Entre eles, nenhum outro pode, se bem usado, lhe proporcionar maior economia de tempo e de energia para promover o desenvolvimento que o dinheiro. O dinheiro é um vale sobre o ativo social. Para catalisar a energia que edifica, precisa circular na medida certa. Portanto é bobagem a mobilização nacional contra o aumento dos salários dos deputados e dos juízes. É melhor gastarmos as nossas forças para exigir que o salário mínimo seja elevado ao patamar da dignidade. Que o crédito seja barato. Isso sim pode fazer grande diferença na economia. Nem mesmo devemos nos preocupar com o efeito cascata, porque o dinheiro dos vereadores, por exemplo, é um dinheiro que circula, que movimenta a economia dos municípios. Devemos nos preocupar é com o dinheiro amontoado nos bancos, que não circula e ainda é remunerado pelo Estado a taxas exorbitantes, as maiores do Planeta. Que os nossos senadores, deputados e juizes, para justificar os seus respectivos salários enxerguem e desmascarem essa idiossincrasia.

Eustáquio Costa