Wednesday, September 13, 2006

A DISCUSSÃO

A DISCUSSÃO

No Brasil é cada vez mais superficial a discussão dos grandes temas políticos, econômicos e sociais, razão porque demoram ou não chegam as soluções. Os índices de violência cada vez maiores, o nepotismo, a corrupção, e a doença que se multiplica. Cada indivíduo reage diferente diante das variadas situações que a vida lhes impõe, mas, nenhuma criança nasce marcada para ser violenta, assassina ou ladra. Receber uma marca genética também não implica necessariamente no desenvolvimento da doença potencial. Tudo isso, depende do estilo de vida, e o estilo de vida, depende mais do ambiente que estamos construindo a cada dia, e menos da nossa vontade intrínseca, que acaba neutralizada. Dizer: sou consciente que o fumo me faz mal, e fumar mesmo assim, é um contraditório, fruto da propaganda subliminar que contamina o inconsciente de milhões, nesse e noutros segmentos. A mesma propaganda subliminar que está sendo usada frouxamente, em nome de Deus, no festival de igrejas que surgem aonde deveriam brotar empresas, e acontecem ao arrepio da lei. Em tudo isso, as autoridades salvo raras exceções, cometem o seu pior pecado, o da omissão. Deixa estar para ver como é que fica. Freio para o desenvolvimento e estímulo para a contravenção, a corrupção e a pilantragem. É preciso acordar o povo. Esse é o melhor papel da imprensa!

Brasília – DF, 15 de janeiro de 2006.
Eustáquio Costa.

Tuesday, September 12, 2006

A SINDROME DO SAPO FERVIDO

A SINDROME DO SAPO FERVIDO

Vários estudos biográficos provaram que um sapo colocado num recipiente com a mesma água de sua lagoa fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, até que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento da temperatura (mudanças do ambiente) e morre quando a água ferve. Inchadinho e feliz. Por outro lado, outro sapo que seja jogado neste recipiente já com a água fervendo salta imediatamente para fora. Meio chamuscado, porém vivo!

Alguns de nossos empresários e executivos têm um comportamento similar ao do SAPO FERVIDO. Não percebem as mudanças, acham que está tudo bem, que vai passar, que é só dar um tempo! E “quebram”, ou fazem um grande estrago em suas empresas, “morrendo” inchadinhos e felizes, sem perceber as mudanças. Outros, graças a Deus, ao serem confrontados com as transformações, pulam, saltam, em ações que representam, na metáfora, as mudanças necessárias.

Temos vários Sapos Fervidos por aí. Prestes a morrer, porém boiando estáveis e impávidos, na água que se aquece a cada minuto. Sapos Fervidos que não perceberam que o conceito de administrar mudou. O antigo “administrar é fazer as pessoas crescerem através do seu trabalho, atingindo os objetivos da empresa e satisfazendo suas próprias necessidades”.

Os Sapos Fervidos não perceberam, também, que seus gerentes, além de serem eficientes (fazer certo as coisas), precisam ser eficazes (fazer as coisas certas). E que, para isso, o clima interno tem que ser favorável ao crescimento profissional com espaço para o diálogo, para a comunicação clara, para o compartilhamento, para o planejamento e para uma relação adulta. O desafio ainda maior está na humildade de atuar de forma coletiva. Fizemos durante muitos anos o culto ao individualismo e a turbulência, exige hoje, o esforço coletivo que é a essência da eficácia, como resposta. Tornar as ações coletivas exige, fundamentalmente, muita competência inter-pessoal para o desenvolvimento do espírito de equipe, exige saber partilhar o poder, delegar, acreditar no potencial das pessoas e saber ouvir.

Os Sapos Fervidos, que ainda acreditam que o fundamental é a obediência e não a competência manda quem pode e obedece quem tem juízo, “boiarão” no mundo da produtividade, da qualidade e do livre mercado.

Acordem Sapos Fervidos, saiam dessa, o mundo mudou, pulem fora antes que a água ferva. O Brasil e a nova ordem econômica precisam de vocês vivos, meio chamuscados, mas vivos e prontos para agir.

O texto que você acabou de ler foi escrito por Luiz Carlos Cabrera - Professor da Getúlio Vargas, e Diretor da PMCeA - Panelli Mota Cabrera & Associados Consultores, estou tomando a liberdade de republicá-lo porque é bom e sempre será atualíssimo. Todos deveriam lê-lo.

Brasília – DF, 13 de setembro de 2006.
Eustáquio Costa

Monday, September 11, 2006

AS MÃOS, UMA FERRAMENTA FANTÁSTICA

AS MÃOS, UMA FERRAMENTA FANTÁSTICA O protótipo do homem desceu da árvore com um cérebro de 450 cm3. Durante milhões de anos o seu cérebro aumentou para uma média de 1.553 cm3. Esse crescimento, não observado em outros animais, encontra explicação na liberação do uso dos membros anteriores da sustentação do corpo. Fato que lhe permitiu desenvolver as mais perfeitas das ferramentas, as mãos. O constante uso das mãos para manipular, criar e descobrir, controlando com a visão frontal que lhe é peculiar desde então, despertou a força necessária para o formidável desenvolvimento cerebral. As nossas escolas precisam ser repensadas no sentido de aumentar a quantidade de atividades manuais para os nossos jovens alunos, porque o uso intenso das mãos e da visão, estimula o desenvolvimento do equilíbrio e a multiplicação dos circuitos entre neurônios, o que também, eleva a capacidade de pensar. Mahatma Gandhi afirmou: "melhor não ganhar o seu sustento com o trabalho intelectual", porque com o trabalho intelectual é possível ganhar-se muito mais do que o necessário. Entretanto, não é o trabalho intelectual que desenvolve a habilidade das mãos, mas o uso constante delas que leva ao desenvolvimento do intelecto. Saber ganhar a vida em várias profissões usando as mãos, é instrumento valioso para melhorar a capacidade de pensar e de decidir com segurança.
Brasília – DF, 12 de setembro de 2006. Eustáquio Costa

HIPOCRISIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 11.09.06

HIPOCRISIA

A hipocrisia parece estar tomando conta da nação irremediavelmente. Não está no voto secreto ou aberto o cerne da questão parlamentar. Está na falta de vergonha dos nossos legisladores, que ousam desrespeitar o eleitor porque sabem correr risco mínimo de serem punidos, diante de um Judiciário cada vez mais vergonhoso, salvo raras e honrosas exceções. O voto deve ser aberto quando tratar de punir os próprios legisladores. Todavia, diante da podridão do executivo e da sua petulância corruptora, correremos risco maior ainda com o voto aberto, porque a linha entre o certo e o errado, aceita pela sociedade brasileira, está muito tênue. Basta olharmos para o que está acontecendo no processo eleitoral em curso, para tirarmos as conclusões. Usando a música popular: “se gritar pega ladrão”, quantos candidatos honestos realmente sobrarão?

Brasília – DF, 7 de setembro de 2006.
Eustáquio Costa

Friday, September 08, 2006

DEUS & O DINHEIRO

DEUS & O DINHEIRO

A discussão exacerbada que se travou nos últimos séculos a cerca de qual seria a melhor forma de governo, sem nenhuma conclusão, até porque ela não existe; embotou a mente das sociedades mundiais, sejam elas, mais ou menos desenvolvidas. Essa miopia impede que se enxergue o melhor instrumento à disposição da humanidade, capaz de lhe estimular o laboro da construção de uma comunidade mundial justa, legal, moral e estável. Precisamos descobrir o potencial do dinheiro, da moeda enquanto instituição. Compreender a sua origem e desenvolvimento, até chegar à sua forma mais desmaterializada, como o conhecemos hoje: sem valor intrínseco, garantido pelo império da lei e da crença popular, é condição sine qua non para a estabilidade mundial. A falta de sabedoria em lidar com o dinheiro leva as “autoridades” a falarem em rombo da previdência, em falência do estado e outras besteiras mais. Inclusive os nossos presidenciáveis estão temerosos em discutir a questão previdenciária. Só a partir da administração séria, profissional e moral do dinheiro, é que os paises funcionarão bem. Podemos comparar o dinheiro com Deus. Pedindo licença a Gandhi, “Deus é benevolência: no meio da morte, a vida persiste; no meio da mentira, a verdade; no meio da obscuridade, a luz. Assim, Deus é Vida, Verdade, Luz. Ele é Amor. Ele é o Bem supremo”. Deus é Energia. O dinheiro é essa energia que desperta o homem, provoca o movimento capaz de construir, ou de destruir, subjugar, explorar ou o de fortalece-lo, é uma questão de opção. Nada mais! O dinheiro é apenas um vale sobre o ativo social. Não há razão de tanto conflito por conta Deles.
Brasília - DF, 9 de setembro de 2006.
Eustáquio Costa

SPC - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 29.08.06.

SPC

Serviço de proteção ao crédito ou serviço de destruição do crédito? É mais fácil administrar o Brasíla, do que administrar no Brasil as pequenas e médias empresas, principalmente as que dependem de insumos transportados a longas distancias, sobre o piso esburacado de nossas estradas. É comum, por exemplo, uma carreta permanecer quebrada nas estradas por vários dias. O atraso faz com que os empresários também retardem a entrega do produto, ficando muitas vezes impedidos de cumprir compromissos financeiros, porque o fluxo de caixa é interrompido bruscamente. Em razão do fato, um cheque devolvido pelo banco – que hoje pouco conhece seus clientes, nem faz questão de protegê-los – cria instantaneamente problemas muitas vezes insuperáveis. Antes mesmo que o credor tenha tomado conhecimento, ou contatado seu devedor, o SPC já divulgou para o país inteiro, e até mesmo para o mundo, a inadimplência, que transita à velocidade da luz, na fibra ótica, enquanto as mercadorias trafegam pelos buracos, em cujas crateras há resquícios de estradas.

Brasília – DF, 29 de agosto de 2006.
Eustáquio Costa

REMÉDIO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 18.07.06.

REMÉDIO

O Brasil real está explodindo a cada dia, porque sobra autoridades e falta autoridade no pensar, no agir, no estabelecer prioridades e em organizar soluções definitivas. Onde está o erro? Para curar o enfermo, o médico precisa diagnosticar corretamente a doença. Precisa descobrir a causa. Enquanto o executivo, o legislativo, o judiciário e a imprensa não deixarem a ilha da fantasia e vierem todos para a terra firme, o Brasil continuará de mal a pior. Esses poderes são os especialistas que devem tratar as enfermidades do continente. Para isso, precisam curar-se primeiro de suas doenças crônicas: a preguiça, a irresponsabilidade, a corrupção e a falta de moral. É necessário recuperar a credibilidade, porque o paciente só será curado plenamente quando, antes do remédio, acreditar naquele que o receite.

Brasília – DF, 18 de julho de 2006.
Eustáquio Costa

SETOR PRODUTIVO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 15.04.06

SETOR PRODUTIVO

Muito suor, muita luta para construir uma empresa como a Varig. Não merece tanto descaso. É preciso que as autoridades vejam na agonia da companhia mais do que o caso em si. Esse é o preço do modelo econômico falido, que empanturra os banqueiros de dinheiro estéril em detrimento do fluxo de caixa da atividade produtiva permite a ascensão de pessoas despreparadas para ocupar postos de relevância nacional. Desvirtua a finalidade da moeda, que perde o status de meio e ganha o de finalidade. Sob essa ótica, todas as empresas correm o mesmo risco. É preciso esmiuçar cada caso, compreender os meandros dos recursos financeiros. O Banco Central do Brasil deve, urgentemente, repensar o seu papel – acima de tudo, enxergar em tempo os impropérios que alimentam os porões da corrupção e prejudicam o setor produtivo. O dinheiro não desaparece, mas troca de mãos com muita facilidade, muda o curso natural.

Brasília – DF, 15 de abril de 2006.
Eustáquio Costa

VERDADE - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 13.02.06.

VERDADE

Mahatma Gandhi afirmou: “A verdade é aquilo que a voz interior diz”. A voz interior de milhões de brasileiros ecoa como cuíca desafinada, porque a forme irrita-lhes o couro do estômago e lhes permite professar a sua mais profunda verdade, a voz da consciência que exige mudança. Já voz perdulária da maioria dos nossos congressistas sussurra nos ouvidos moucos da Justiça o som dos ventos verdes, que penetra e imobiliza, destorce ou transforme verdades em mentiras. E faz com que a imprensa seja obrigada a divulgar a verborragia imoral do ex-presidente FHC contra o PT do presidente Lula, como quem queira institucionalizar: é permitido roubar, desde que se faça alguma coisa. A corrupção ativa ou passiva é uma verdade criminosa e deve ser punida.

Brasília – DF, 13 de fevereiro de 2006.
Eustáquio Costa

BARREIRA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 06.02.06.

BARREIRA

A cláusula de barreira deverá reduzir a cinco ou sete o número de partidos que terão efetivas condições de sobrevivência depois das eleições de 2006, o que é ruim, quando pensamos nas dimensões continentais do nosso país e pluralidade regional. Para garantir a sobrevivência dos pequenos partidos, é necessário que o TSE estabeleça critérios permanentes de captação de recursos financeiros, foram do fundo partidário, o que poderá ser feito, através de sorteios de bens duráveis, a loteria dos partidos. Essa medida permitirá proibir o financiamento tradicional e privado de campanha, inclusive o caixa 2 do PT. Cada bilhete adquirido pela pessoa física ou jurídica será o documento hábil para a prestação de contas na Justiça Eleitoral e contabilidade das empresas. A legislação atual permite ao TSE estabelecer medidas como essas, inclusive para as próximas eleições. Captará mais quem tiver maior credibilidade na sociedade. É justo, moral, legal e ético.

Brasília – DF, 06 de fevereiro de 2006.
Eustáquio Costa.

A VISÃO DO BANCO CENTRAL - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 28.01.06.

A VISÃO DO BANCO CENTRAL

Parece que o Banco Central usa óculos de sola e não enxerga o festival de abusos nem a função histórica dos bancos, ou está conivente. Na raiz, a função principal do sistema financeiro é juntar, principalmente, as pequenas poupanças individuais e torná-las passiveis de investimento. Tementes ao risco dos negócios econômicos necessários ao desenvolvimento sustentável e considerando sob a ótica socrática, que os estado não fale, os bancos emprestam montanhas de dinheiro ao governo, que gasta sem zelo. Criam o pantanal da corrupção e eleva a taxa de juros porque aumentam a demando sobre o recurso financeiro de maneira artificial. Em conseqüência, somos todos avalistas de uma dívida pública que beira ao trilhão de reais, improdutiva e neutralizante. Nossos filhos, netos e bisnetos já nascem devendo. Enquanto não quebrar o círculo vicioso, não haverá o círculo virtuoso.

Brasília – DF, 28 de janeiro de 2006.
Eustáquio Costa

JORNADA DE TRABALHO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 26.01.06.

JORNADA DE TRABALHO

Estamos atrasados na redução da jornada de trabalho de todos os trabalhadores. Reduzindo-se a jornada de trabalho, aumenta-se o nível de emprego, a produtividade, e a produção. Mais funcionários trabalhando menos, com elevado grau de satisfação pessoal, são mais eficientes. Como conseqüência, muito mais tempo e mais gente para o consumo e o laser. Na esteira, mais atividade econômica, mais investimento e mais tributação. O presidente Lula e o PT sempre fizeram esse pregação, mas não souberam praticar. Promessa não cumprida é estelionato eleitoral.

Brasília – DF, 26 de janeiro de 2006.
Eustáquio Costa

CONGRESSO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 16.01.06

CONGRESSO

No artigo “Congre$$o” (13/1), Frei Betto simplificou demais ao dizer que os parlamentares que devolveram o dinheiro publico são de estremo rigor ético. Há uma hipocrisia geral nas discussão do tema. O parlamentar não é um trabalhador comum e como tal deve ser tratado. Precisa de tempo para contatar as suas bases e isso o diferencia. O seu afastamento não pode e não deve ser considerado como férias, mas sim um trabalho para garantir a reeleição. O povo é quem julga, além de acompanhar de perto a realidade da região que representa. O fato concreto é que o Congresso não deveria parar nunca, porque o País não pára. O afastamento dos parlamentares da rotina congressual deveria ocorrer em escalas, em grupos, de tal forma que nunca faltasse quorum para as votações, inclusive em sintonia com os partidos. Na ausência o parlamentar deveria até mesmo fazer valer o seu voto por procuração pública. Desse modo o país caminharia muito melhor. Como é difícil enxergar o óbvio!

Brasília – DF, 16 de janeiro de 2006.
Eustáquio Costa

GASOLINA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 12.01.06.

GASOLINA

O governo do PT acaba de bater um recorde. Um galão de 3,8 litros de gasolina custa hoje nos Estados Unidos US$ 2,23. Considerando o dólar do dia 3/1 em R$ 2,33 e o novo aumento dos combustíveis, significa que o litro de gasolina para o cidadão americano custa o equivalente a R$ 1,37. Abasteci em Brasília com a gasolina Podium da Petrobrás e paguei R$ 2,79, mais que o dobro. Aqui, produzimos quase 100% do petróleo que consumimos; lá, importam a maior parte. Nos EUA, as rodovias são ótimas; no Brasil, esburacadas. Conclusão: em 2006 eu e a minha família não votaremos em Lula. E você?

Brasília – DF, 12 de janeiro de 2006.
Eustáquio Costa

ELEIÇÕES 2006 - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 08.01.06.

ELEIÇÕES 2006

Há muitos anos, em véspera de eleições, vem à tona a justa e necessária preocupação do TSE com a origem dos recursos, o caixa 2, a prestação de contas dos candidatos e partidos, os papéis de campanha, os programas de rádio e televisão, as publicações em jornais, revistas e etc. A minha modesta experiência diz que o problema não esta aí. Prova disso é que essa realidade nunca mudou e jamais mudará enquanto o TSE não mudar o foco. Para mim, o verdadeiro papel do TSE seria o de criar condições mínimas para os candidatos registrados tenham os recursos mínimos para divulgarem as suas idéias e os programas partidários. Todo o resto seria corrigido na esteira das conseqüências.

Brasília – DF, 08 de janeiro de 2006.
Eustáquio Costa

FOME ZERO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 29.12.05.

FOME ZERO

O espírito de igualdade e humildade ajuda a resolver muitas dificuldades. Vale a pena refletir: no governo Lula sobrou esperteza e faltou sabedoria. Ao se preocupar mais com o jogo de cena para a reeleição e menos com as necessidades do povo, é hoje apenas mais um candidato. A reeleição deve ser conseqüência da execução dos projetos apresentados em campanha. Vejam um exemplo: a nossa produção possibilita o consumo para 35 milhões de famílias brasileiras, em média com cinco pessoas, de um quilo de grão por dia, antes do cozimento, e ainda sobram 9kg para a exportação. Mesmo assim, o Fome Zero não vinga nem no natal. Não faltou dinheiro, faltou governar, faltou estruturar a distribuição. Enquanto isso, o comandante voava tranqüilo. No último ano do mandato será aplicada grande soma de recursos. Sabemos que a pressa é inimiga da perfeição. Muita coisa será porca e mal acabada. Quem pagará o prejuízo?

Brasília – DF, 29 de dezembro de 2005.
Eustáquio Costa

INCÊNDIO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 28.12.05.

INCÊNDIO

No Primeiro incêndio de grande porte ocorrido em Brasília no prédio do INSS, a metros do Lago Paranoá, sobrou equipamento novo, faltaram comando e água. O equipamento que melhor funcionou foi o helicóptero que levantava vôo com cinegrafista e fotógrafos para registrar o fato. Perdoem-me se estiver errado, mas a cena que vi foi um festival de ineficiência. Parecia até mesmo que aquele fogo não podia ser apagado. Se não foi uma trama, é preciso que todos nós coloquemos as barbas de molho, porque num incêndio desse nível em horário de expediente pode morrer muita gente inocente.

Brasília – DF, 28 de dezembro de 2005.
Eustáquio Costa

APRENDIZADO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 22.12.05.

APRENDIZADO

Há longos anos o cidadão Edson Arantes do nascimento, o Pelé, afirmou: que o povo brasileiro não sabia votar. Foi muito criticado, mas tinha razão. Durante o governo Collor, os oito anos de FHC e os três anos de Lula, o festival de trapalhadas ensinou muito ao nosso povo, que parece ter aprendido a votar. Exemplo positivo foi o referendo. Acredito que, a partir de agora, dificilmente o brasileiro será enganado nas urnas. Sob esse ponto de vista, as pesquisas poderão falar mais mentiras do que verdades, porque podemos esperar até mesmo que os eleitores pesquisados não declarem o voto verdadeiro, para se protegerem dos marqueteiros enganadores, que fabricam candidatos. Esse fenômeno poderá viabilizar a terceira via, com um candidato comprometido com a moralização da política em nosso país.

Brasília – DF, 22 de dezembro de 2005.
Eustáquio Costa

FILAS - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 29.11.05

FILAS

O presidente Lula disse que vai acabar com as filas. Você acredita? Depois que o presidente afirmou que não sabia do caixa 2 que financiou o PT e certamente não sabe também da corrupção no governo, nada mais acontecerá de positivo ao longo do seu mandato, porque o que começa errado e continua sendo feito da mesma forma não terá resultado diferente. A falta de investimento na educação e na cultura causa a fila dos que buscam o emprego que não existe porque estão desqualificados. A falta de investimento na saúde faz proliferar a doença e causa as filas nos hospitais. Tudo isso é conseqüência da maior taxa de juros reais que a história registra.

Brasília – DF, 29 de novembro de 2005.
Eustáquio Costa

CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 28.11.05

CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE

Na matéria Lucro é progresso, caderno Opinião do dia 19 de novembro, pág. 23, o presidente do Bradesco e da Febraban, Márcio Cypriano, diz: “os bancos foram responsáveis pelo crescimento econômico e por isso tiveram bons resultados nos primeiros nove meses de 2005; o lucro foi legítimo; em 2004, os bancos geraram 20,1 bilhões de impostos e contribuições; os bancos geraram R$ 6 bilhões de dividendos e 382 mil empregos.” Solicita o presidente que o debate sobre o lucro dos bancos seja norteado por uma reflexão clara, sem preconceitos, e sem raciocínio simplista. Usando exclusivamente conceitos e algumas experiências, afirmo: nenhum lucro de banco pode ser legítimo quando se cobra as mais elevadas taxas de juros reais do planeta. Nos últimos 25 anos, os bancos deixaram de ser parceiros para ser sanguessugas da produção. Esse fato retarda o desenvolvimento. Banco não deve ter lucro astronômico, nem gerar essa montanha de impostos e contribuições, porque onera o processo produtivo. Paradoxalmente, a tecnologia que dá agilidade aos nossos bancos é a mesma que os distancia dos clientes e produz as grandes filas. Tenho absoluta convicção da importância dos bancos. Porém, o Brasil jamais sairá do atoleiro enquanto não houver uma reforma profunda nos sistema financeiro.

Brasília – DF, 28.11.05
Eustáquio Costa

FALA MANSA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 21.11.05

FALA MANSA

A fala mansa do ministro Palocci, para quem o acompanha, sabe não ser fruto do uso exacerbado do álcool. Entretanto, a formidável capacidade hebetizadora da sua palavra, para mim, é novidade perigosa. Ao ser elogiado pela maioria dos presentes, incluindo jornalistas, garantindo que política do juro exorbitante vai continuar mesmo com os sinais claros de retração nos pilares básicos da nossa economia real: a agricultura, a pecuária e a indústria. Faltou tão-somente o ministro ser carregado nas costas pelos senadores. A continuar assim, não será preciso que haja eleição em 2006. Basta que o ministro dos agiotas nacionais e internacionais proponha a prorrogação do mandato presidencial. Assim o onírico presidente Lula poderá continuar flutuando nas nuvens do planeta sem governar enquanto o “entorpecido” povo brasileiro espera passar mais quatro anos.

Brasília – DF, 21 de novembro de 2005.
Eustáquio Costa

HELOISA HELENA DEFINIU - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 16.11.05

HELOISA HELENA DEFINIU

A senadora Heloisa Helena definiu as personalidades do presidente Lula e de José Dirceu. O primeiro abraça e beija os opositores e os apunhala pelas costas. O segundo aponta o dedo e diz claramente: “vou te aniquilar”. Entretanto, em matéria de culpa nos episódios de corrupção que lambuza o PT, os dois negam participação. Haverá justiça na cassação de Dirceu com a permanência de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência, tendo sido os dois eleitos com dinheiro do mesmo saco ou da mesma cueca? Se Leonel Brizola estivesse vivo, o PDT já teria pedido o impeachment de Lula. Quem sabe o senador Cristóvam Buarque, demitido por telefone do ministério da Educação, agora no PDT-DF, pré-candidato a presidente, encarna o espírito nacionalista de Brizola e convence o partido a levantar a questão. Tudo isso se encaixa. Pregamos o juro baixo, o vice-presidente José de Alencar também!

Brasília – DF, 16 de novembro de 2005.
Eustáquio Costa

AS MÃOS - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 13.11.05

AS MÃOS

As escolas precisam ser repensadas no sentido de aumentar a quantidade de atividades manuais dos jovens alunos porque o uso intenso das mãos e da visão estimula o desenvolvimento do equilíbrio e a multiplicação dos circuitos entre neurônios, o que também eleva a capacidade de pensar. Mahatma Gandhi afirmou: “Melhor não ganhar o seu sustento com o trabalho intelectual” porque, com o trabalho intelectual, é possível ganhar-se muito mais do que o necessário, entretanto não é o trabalho intelectual que desenvolve a habilidade das mãos, mas o uso contínuo delas que leva ao desenvolvimento do intelecto. Saber ganhar a vida em várias profissões manuais é instrumento valioso para pensar e decidir com segurança.

Brasília – DF, 13 de novembro de 2005.
Eustáquio Costa

O DRAGÃO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 01.11.05

O DRAGÃO

Os governantes brasileiros das últimas décadas, inclusive o presidente Lula, consideram a inflação um dragão indomável, capaz de devorar a renda, a comida e depois a própria população. Contam a história de maneira convincente para a maioria do nosso povo, o que nos leva a crer que realmente pensam assim. Para eles a inflação é causa e não conseqüência. Mas a inflação não se controla com taxa de juros alta, e sim com políticas claras de investimentos, que garantem o aumento da produção e da produtividade capazes de equilibrar oferta e demanda. O governo do PT é um governo sem objetivos claros, o único que transparece é o da reeleição do presidente Lula. Veja a calamidade das nossas estradas, a saúde do gado, e a do povo, a educação, a cultura, o salário dos professores, dos funcionários públicos. Não há investimentos, não há governo.

Brasília – DF, 01 de novembro de 2005.
Eustáquio Costa.

CRISE X OPORTUNIDADE - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 24,10.05

CRISE X OPORTUNIDADE

Milhões de brasileiros não têm o direito de comer carne, apesar de o Brasil ser grande produtor. A falta de proteína gera inúmeras doenças que custam caro para o sistema de saúde. Com a aftosa em moda, é o momento de o presidente Lula cumprir sua promessa de campanha, repensando o modelo. Oferecer carne regularmente ao povo pobre e com a economia na saúde pagar o produtor rural. Com a redução da oferta ao mercado externo de maneira definitiva, o preço sobe e entram mais dólares por menos toneladas. Que tal o PT começar a pensar antes de agir a reboque dos acontecimentos?

Brasília – DF, 24 de outubro de 2005.
Eustáquio Costa

Wednesday, September 06, 2006

DINHEIRO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 15.10.05

DINHEIRO

O presidente Lula tem razão. Não faltou dinheiro para combater a aftosa, até porque o Estado é o único que pode fabricar o dinheiro. Além disso, com a maior carga tributária do mundo, arrecada mais que o suficiente. Falta mesmo é um governo sério, que pare de pagar essa montanha de juros que alimenta os porões da corrupção e faça o dinheiro circular. O fato concreto é que o dinheiro sobra nas mãos de poucos. Quando não circula o suficiente na economia, necrosa o tecido social, da mesma forma que a má circulação do sangue provoca a morte das células ou até mesmo do indivíduo. O dinheiro é como o remédio, deve ser ministrado na dose e no tempo certos. Contrariando essa regra, o prejuízo é inevitável.

Brasília – DF, 15 de outubro de 2005.
Eustáquio Costa

VOTO NÃO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 13.10.05

VOTO NÃO

Tenho acompanhado com interesse os diversos debates sobre o desarmamento. O que mais impressiona é a superficialidade com que as autoridades e jornalistas tratam o assunto, fato que demonstra claramente que estamos num mato sem cachorros. Como parece difícil entender o óbvio! A violência que mata não está nas armas, assim como não está nas drogas lícitas ou ilícitas. A doença, a fome, outras formas de violência, que matam ainda mais, também não estão na falta de estrutura hospitalar, nem na nossa incapacidade de produzir o alimento suficiente. Ambas estão na falta de vergonha dos políticos e na falta de preparo de grande parte da população, o que não lhes permite exigir. Entretanto, se os nossos organismos de imprensa descessem de vez do muro e praticassem com amor ao povo o seu mais valioso ofício, e aprofundassem todos os debates, tudo se resolveria. Resumindo: todos os fatos sociais com os quais convivemos têm muito mais relação com a nossa fantástica ignorância sobre o potencial construtivo do dinheiro – a tal ponto, que o usamos para destruir.

Brasília – DF, 13 de outubro de 2005.
Eustáquio Costa

ARMAS - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 01.09.05

ARMAS

Ao longo de meio século, em pelo menos três oportunidades, deixei de ser assaltado ou morto, na mesma rodovia, porque estava armado. Hoje ando preocupado porque não posso carregar arma no carro. A ironia é que não precisei dar nenhum tiro. No dia em que estava desarmado, levaram um relógio, R$ 750,00, uma calculadora HP e uma camioneta. De quebra, tive que passear na cabine com os ladrões. Já ia me esquecendo, levei um tiro no salto da bota, que felizmente não atingiu o pé. Agora, já imaginaram a quantidade de criancinhas que morrem de fome todos os anos porque o dinheiro que deveria alimenta-las abarrota os cofres dos corruptos? O meu caso particular nenhum jornal mostrou, como também não mostrarão milhares de vidas poupadas todos os anos, exatamente em razão da existência de uma arma em casa ou no carro. Nenhuma arma mata mais no mundo do que a taxa de juro exorbitante cobrada no Brasil.

Brasília – DF, 01.09.05
Eustáquio Costa

ELEIÇÕES - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 16.05.05

ELEIÇÕES

Sempre houve uma preocupação dos governantes, mundo afora, em ensinar aos cidadãos a pelo menos assinarem os seus nomes, porque assim poderiam confirmar o pensamento da elite dominante de maneira formal. Agora, até mesmo essa preocupação pode desaparecer, porque, eletronicamente, fotografada e conferida a sua impressão digital, pode o cidadão confirmar feliz “o seu ponto de vista”, que avaliza medidas corretas e as incorretas, mesmo sem saber desenvolver nenhum raciocínio coerente. Valará a lógica irrefutável da sua presença física! É verdade, faz muita falta o Brizola, com a sua luta incansável pela educação do nosso povo.
Brasília – DF, 16 de maio de 2005.
Eustáquio Costa

O ESTÔMAGO & A FANTASIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 22.05.05

O ESTÔMAGO & A FANTASIA

O homem de barriga vazia não é capaz nem mesmo de rezar. Entretanto, através da imagem virtual, as televisões são capazes de encher psicologicamente a barriga de muita gente e transformar a fantasia em realidade. Foi assim com Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e com a eleição do presidente Lula. Todos fizeram suas promessas e usaram fartamente da propaganda subliminar. O palanque eletrônico se transformou no único instrumento de campanha capaz de levar um candidato ao poder, ou até mesmo de construí-lo. Mas o que a mídia ainda não entendeu é que ela própria é vítima da sua eficiência, e pode, mais cedo ou mais tarde, sorrateiramente, ser estrangulada pela criatura, porque ela tem o controle institucional do dinheiro que monta ou desmonta tudo. O patrimônio não se dissipa, mas troca de mãos com muita facilidade. É preciso que os organismos de publicidade e propaganda olhem com mais cuidado para os seus próprios interesses, porque eles, na verdade, estão muito mais próximos do interesse do povo do que dessa gente que está se atolando na lama.

Brasília – DF, 22.05.05
Eustáquio Costa

O CAMINHO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 11.04.05

O CAMINHO

A necessidade de facilitar o desenrolar das trocas levou o homem há séculos a criar o seu mais perfeito instrumento de desenvolvimento, amoeda. A moeda, se bem utilizada, é a mais poderosa indutora do desenvolvimento, pela sua força mágica de gerar movimento. Entretanto, a moeda, mal conduzida, mal administrada, gerida por um Banco Central que pensa pouco e pensa em dissintonia com a necessária realidade de um povo, como é o caso brasileiro, insiste em elevar a taxa básica de juros. Juro alto é sinônimo de pouco investimento, de pouca produção e de pouco emprego. A combinação desses três elementos sempre resultará em violência e degradação social. O único aplauso para tais medidas vem dos únicos beneficiados, os agiotas nacionais e internacionais.

Brasília – DF, 11.05.05
Eustáquio Costa

MAESTRIA DE JK - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 26.03.05

MAESTRIA DE JK

Quando JK se dispôs a construir Brasília no cerrado, mesmo sem ser economista, praticou com maestria o que a maioria das nossas autoridades ainda não aprenderam: lidar bem com o dinheiro público. Muitas histórias de riquezas sem causa justa são contadas, mas nenhuma delas, naquele tempo, impediu o movimento de massa (de gente), nem da massa (de concreto). O dinheiro deve estimular o movimento da mão do homem que edifica. Se apertarmos muito a regulagem da roda do automóvel, ela travará. Assim estão as rodas do orçamento da União, reguladas demais, controladas de menos. Razão por que, mesmo cobrando os mais elevados tributos, o Brasil anda em cima de uma tartaruga gigante, há mais de quarenta anos, principalmente no que diz respeito à geração de emprego e renda. O dinheiro que circula pouco e lentamente permite ser alcançado pelos agentes da corrupção, e imobiliza a mais perfeita e abençoada das ferramentas de construção: as milhões de mãos de homens e mulheres do Brasil. Nesta semana da fé, é fundamental refletirmos sobre a magia do dinheiro.

Brasília – DF, 26 de março de 2005.
Eustáquio Costa

TERRENO MINADO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 21.03.05

TERRENO MINADO

Crédito fácil para o consumo, com juro real abusivo, principalmente antes do investimento novo que promova o necessário aumento da produção para equilibrar oferta e procura, ou é uma grande irresponsabilidade ou tremenda inexperiência dos condutores da economia. Esses são os principais ingredientes de uma bomba de efeito retardado que certamente explodirá com as finanças de milhares de trabalhadores menos avisados, com renda fixa. Pode até dar tempo para a reeleição do presidente Lula, mas a história e a matemática mostram que tais medidas são catastróficas para a economia de qualquer país.

Brasília – DF, 21.03.2005.

Eustáquio Costa.

ESTRADAS - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 17.03.05

ESTRADAS

Julgando pela quantidade de estradas dentro de crateras no percurso que vai de Belo Horizonte ao Espírito Santo, o Brasil está sem governo. É bom que o presidente Lula dê um descanso para o seu avião e viaje um pouco de carro pelas rodovias brasileiras como fiscal. O buraco na estrada é como o câncer, surge pequenino, vai aumentando, mas dá sinal. É necessário que as autoridades responsáveis pelo setor também andem de carro pelas nossas estradas antes e durante as chuvas. Os buracos estão tomando conta das rodovias no País inteiro, inviabilizando o turismo rodoviário e a circulação das mercadorias e encarecendo tudo.

Brasília – DF, 17 de março de 2005.

Eustáquio Costa

Tuesday, September 05, 2006

JUROS - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 27.01.05

JUROS

A necessidade de facilitar o desenrolar das trocas levou o homem há séculos a criar o seu mais perfeito instrumento de desenvolvimento, a moeda. Se bem utilizada, é a mais poderosa indutora do desenvolvimento pela sua força mágica de gerar movimento. Entretanto, a moeda malconduzida, gerida por um banco central em dissintonia com a realidade do povo, como é o caso brasileiro, termina na elevação da taxa básica de juros. Juro alto é sinônimo de pouco investimento, de pouca produção e de pouco emprego. A combinação desses três elementos sempre resultará em violência e degradação social. O único aplauso para tais medidas vem dos únicos beneficiados, os agiotas nacionais e internacionais.

Brasília – DF, 27.01.05
Eustáquio Costa

VALE - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 29.12.04

VALE

No dia 9 de dezembro, o Sr. Ronaro Machado Corrêa publicou anúncio de página inteira no Correio, sob o título “Carta aberta ao presidente da republica”, sobre o inaceitável monopólio da Vale do Rio Doce. No dia 23 de dezembro, a Vale publica, em um quarto de página, “Nota de esclarecimento” contestando as afirmações do senhor Ronaro. Para quem sabe ler pingo é letra, se a Vale tivesse tanta razão assim publicaria, pelo menos no mesmo espaço, o seu esclarecimento sobre o assunto, que interessa a todos, não na página de esporte. Na verdade, a privatização da Vale foi um dos mais graves procedimentos do senhor FHC quando presidente da república.

Brasília – DF, 29.12.04
Eustáquio Costa

HÁLITO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 16.12.04

HÁLITO

Outro dia recebi no escritório que se queixava ter perdido a esposa com que convivia há longos anos. Segundo relatou, não sabia porque a mulher o deixara. No decorrer da conversa, exalava um mal cheiro que, percebi vinha da sua boca e até mesmo do nariz, quando expirava com mais intensidade. Não tive dúvida: disse-lhe que, se tratasse o hálito, recuperaria a esposa. Algum tempo depois, ele voltou, agradeceu-me por haver reatado o casamento e ainda afirmou sentir-se mais feliz do que antes. É necessário discutir esse assunto em casa, no trabalho, e até mesmo entre amigos. O Ministério da Saúde precisa promover uma campanha nacional de hálito. O povo está adoecendo e a maioria das doenças começa pela boca.

Brasília – DF, 16.12.04

Eustáquio Costa

INTELIGÊNCIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 06.12.04

INTELIGÊNCIA

Ao longo de milhões de anos, desde que desceu da árvore, o homem multiplicou o tamanho do seu cérebro em aproximadamente 3,44 vezes, fato que não ocorreu com nenhum outro animal. Que em 2005 as nossas autoridades, os nossos políticos, usem melhor o seu cérebros em benefício do povo.
Brasília - DF, 06.12.04
Eustáquio Costa

SABEDORIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 30.11.04

SABEDORIA

“Só passarei por este mundo uma vez. Assim, todas as boas ações que posso praticar e todas as gentilezas a qualquer ser humano que eu possa dispensar, deve aproveitar este momento para fazê-las. Não deve adia-las nem esquecer-me delas, pois não voltarei a passar por este caminho”. Recolhi essa mensagem ao lado de uma urna da Ouvidoria do TJ-DF; titulando a urna: “O Tribunal de Justiça quer ouvir você”. É bom que os juizes não se esqueçam disso, porque a maior gentileza que eles podem fazer a todos nós, seres humanos, é fazer justiça e, em fazendo-a, faze-la rápido. Assim os seus beneficiários aproveitarão antes que passem.

Brasília – DF, 30.11.04

Eustáquio Costa

MUDANÇA JÁ - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 27.10.04

MUDANÇAS JÁ

Minha avó tinha um lindo papagaio verde-amarelo, nacionalista com poucos. Minha tia, muito religiosa, ensinou o papagaio a rezar. Meu tio, muito moleque, para implicá-la, ensinou o papagaio a xingar. Meu avô, homem experiente, ensinou o papagaio a tecer comentários sobre a economia e a política. Nossos governantes agem como o papagaio da minha avó: falam muito, às vezes falam bonito, mas na prática tudo fica como antes. O povo continua sem emprego, a fome destruindo estômagos, os bancos cada vez mais ricos, e o povo cada vez mais pobre. A estrelinha que reluzia forte nos olhos do nosso povo está se apagando. Acorda, presidente Lula, o senhor foi eleito para mudar, não para continuar.

Brasília – DF, 27.10.04

Eustáquio Costa

PARADOXO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 23.10.04

PARADOXO

Um sanduíche na McDonald nos Estados Unidos, com carne importada do Brasil, custa US$ 6. No Brasil, o mesmo sanduíche custa R$ 6. Por analogia, um dólar lá vale um real. Lá o juro é de 1% ao ano. Aqui, 16,75%. Lula defende o aumento da taxa de juros e diz que não pode errar. Ora, presidente, defender essa dicotomia já um grave erro, mantê-la com o peso da sua caneta é inaceitável para todos aqueles que o elegeram para romper esta barreira. A manutenção do juro alto têm como único resultado a estabilidade da fome, e não da economia.

Brasília – DF, 23.10.04

Eustáquio Costa

TELEFONIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 14.07.04

TELEFONIA

Uso telefone celular pré-pago, portanto pago à vista. Vejam que gracinha o abuso das telefônicas com o povo pobre que só pode usar o telefone pré-pago. Fiz a seguinte experiência: liguei para um telefone móvel, falei 1,34 minutos e a ligação custou R$ 1,86, o que significa R$ 1,19 por minuto. Quem fizer a mesma ligação de um telefone pós-pago, pago a prazo, pelo menos trinta dias após ter ligado, pagará em média R$ 0,79. Portanto, quem paga à vista e é pobre, paga 50,6329% mais caro pelo mesmo serviço. Para mim, isto é crime contra a economia popular e deve ser combatido com rigor. Nenhuma desculpa pode ser aceita, está faltando mesmo é autoridade no País.

Brasília – DF, 14.07.04
Eustáquio Costa

ELEITOR SONHADOR - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 11.07.04

ELEITOR SONHADOR

Tive um sonho para lá de coerente. Vi o Brizola trabalhando de barbeiro, raspando as barbas de todos os petistas que participam do governo e de todos os ministros. Começou raspando a barba do presidente Lula. Cada um que tinha a barba raspada ficava com a cara vermelha, muito vermelha, e o governador levantava o dedo polegar, fazendo sinal de positivo. Confesso que não entendia a cena. Mas sonho é sonho, e como Brizola sempre tem razão, fiquei esperando, enquanto ele continuava raspando e dizendo: “A violência descamba, os banqueiros batem palmas com o juro alto, abrem-se mais igrejas e menos escolas, a fome toma conta do Fome Zero e o desemprego aumenta. Assim não dá, o povo não agüenta”. Já estava angustiado, porque não sabia o que tudo isso tinha a ver com as barbas, até que o Governador, meio triste, explicou: “Com a barba raspada, quando vermelhos, pelo menos, vamos ficar sabendo se eles têm vergonha do estão fazendo”.

Brasília – DF, 11.07.04

Eustáquio Costa

Sunday, September 03, 2006

PACIÊNCIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 08.07.204

PACIÊNCIA

Para quem sabe ler um pingo é letra diz a sabedoria popular. A definição de governar, para o presidente Lula, é a arte de ter paciência. Será que ele está certo? Será que os brasileiros petistas ou não, pensam a mesma coisa? Vejamos: no dicionário, paciência quer dizer qualidade de paciente, resignação, perseverança tranquila, nome de vários jogos com carta de baralho, etc. Qualidade de paciente é o mesmo que doente, inativo, acomodado, etc. Perseverança tranquila é o mesmo que dizer: deixa estar, para ver como é que fica. Quanto ao jogo de baralho, sem comentários. O que diria Gandhi: deveriamos ter vergonha de tirar uma sesta ou de fazer uma boa refeição enquanto houver nem que seja um homem ou uma mulher sem trabalho, ou sem alimento. Presidente Lula, governar é a arte de ser impaciente, de ser proativo e não reativo, de cutucar a onça com vara curta. Portanto, senhor presidente, cutuque os banqueiros, os agiotas nacionais e internacionais, os ricos, muito ricos, porque eles estão todos acomodados, morrendo de obesidade, seus olhos brilham estufados de tanta gordura, enquanto mais de sessenta milhões de brasileiros estão com a barriga roncando de fome e sem emprego.
Brasília - DF, 08.07.04
Eustáquio Costa.