Há 20 anos o então presidente Itamar Franco lançou o Plano Real sob o
comando do então ministro Fernando Henrique Cardoso, que juntou cabeças
pensantes para tirar o Brasil da crise permanente, alimentada pela inflação
descontrolada que beirou 2.500% aa.
Hoje, no século da comunicação instantânea e da informação que transitam
na fibra ótica à velocidade da luz, pela internet, disponível a todos, ainda
não consolidamos a nossa moeda, pois, a inflação no teto da meta estipulada
pelo governo, 6,5% aa, já preocupa e assustar a todos, e mexe sorrateiramente
no bolso de trabalhadores, empresários e da sociedade em geral.
Há mais de 20 anos, desde que me formei em economia, tenho dito que o BC
– Banco Central do Brasil não entende da moeda a razão de sua existência,
porque, efetivamente, não a administra com a devida competência institucional.
A razão é simples, “o BC é comandado por brasileiros”, e, os brasileiros massivamente,
ainda não aprenderam a lidar com o dinheiro com sabedoria.
Se perguntarmos a todos, inclusive aos brasileiros do BC, o que é o
dinheiro? A maioria não saberá responder.
O dinheiro é um vale sobre o ativo social, um instrumento, uma alavanca
fundamental capaz de sustentar o desenvolvimento.
Porém, o dinheiro é uma ferramenta ambígua, serve para construir,
destruir, matar, ou financiar a cura de doenças. Essa dicotomia precisa ser inconscientemente
compreendida, para que as pessoas alcancem a sutileza e a importância da moeda,
e ajam em sua defesa permanentemente, como quem cuida de sua própria vida, o
seu maior patrimônio.
A moeda é o retrato mais fiel de um povo: se consciente, organizado e
ativo, sua moeda manterá o valor, e esse povo será respeitado e saberá
respeitar-se mutuamente.
O dinheiro tal qual o conhecemos hoje, sem lastro ouro, sem valor
intrínseco, agrega séculos de desenvolvimento.
O dinheiro institucionalmente se sustenta no império da lei, na crença
popular e numa administração responsável e criteriosa. Esse tripé precisa estar
sempre equilibrado.
Por tudo isso, o dinheiro precisa ser estudado nas escolas, nas
associações e nas ruas para ser compreendido, essencialmente.
O dinheiro é o maior catalisador de energia já criado pelo homem. Mas, na
sua já mencionada ambiguidade, junta energias boas e ruins. Porém, a escolha de
como usar essas energias será sempre nossa.
Conheça o seu dinheiro para melhorar a sua vida e a vida de todos.
Brasília – DF, 03.07. 2014.
Eustáquio Costa
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