Thursday, July 03, 2014

O Real vinte anos de história


Há 20 anos o então presidente Itamar Franco lançou o Plano Real sob o comando do então ministro Fernando Henrique Cardoso, que juntou cabeças pensantes para tirar o Brasil da crise permanente, alimentada pela inflação descontrolada que beirou 2.500% aa. 
 
Hoje, no século da comunicação instantânea e da informação que transitam na fibra ótica à velocidade da luz, pela internet, disponível a todos, ainda não consolidamos a nossa moeda, pois, a inflação no teto da meta estipulada pelo governo, 6,5% aa, já preocupa e assustar a todos, e mexe sorrateiramente no bolso de trabalhadores, empresários e da sociedade em geral.

Há mais de 20 anos, desde que me formei em economia, tenho dito que o BC – Banco Central do Brasil não entende da moeda a razão de sua existência, porque, efetivamente, não a administra com a devida competência institucional. A razão é simples, “o BC é comandado por brasileiros”, e, os brasileiros massivamente, ainda não aprenderam a lidar com o dinheiro com sabedoria. 

Se perguntarmos a todos, inclusive aos brasileiros do BC, o que é o dinheiro? A maioria não saberá responder.

O dinheiro é um vale sobre o ativo social, um instrumento, uma alavanca fundamental capaz de sustentar o desenvolvimento.

Porém, o dinheiro é uma ferramenta ambígua, serve para construir, destruir, matar, ou financiar a cura de doenças. Essa dicotomia precisa ser inconscientemente compreendida, para que as pessoas alcancem a sutileza e a importância da moeda, e ajam em sua defesa permanentemente, como quem cuida de sua própria vida, o seu maior patrimônio.

A moeda é o retrato mais fiel de um povo: se consciente, organizado e ativo, sua moeda manterá o valor, e esse povo será respeitado e saberá respeitar-se mutuamente.

O dinheiro tal qual o conhecemos hoje, sem lastro ouro, sem valor intrínseco, agrega séculos de desenvolvimento.

O dinheiro institucionalmente se sustenta no império da lei, na crença popular e numa administração responsável e criteriosa. Esse tripé precisa estar sempre equilibrado.

Por tudo isso, o dinheiro precisa ser estudado nas escolas, nas associações e nas ruas para ser compreendido, essencialmente.

O dinheiro é o maior catalisador de energia já criado pelo homem. Mas, na sua já mencionada ambiguidade, junta energias boas e ruins. Porém, a escolha de como usar essas energias será sempre nossa.

Conheça o seu dinheiro para melhorar a sua vida e a vida de todos.

Brasília – DF, 03.07. 2014.

Eustáquio Costa

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