Tuesday, January 30, 2007

MINISTÉRIO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 03.02.07

MINISTÉRIO
Termina o primeiro mês do segundo mandato do presidente Lula. Quando tomou posse para o primeiro tempo, emocionado, ele chorou. Disse que o seu primeiro diploma era aquele, emitido pelo TSE, o de presidente do Brasil. Falou muito e governou pouco. Mas o povo compreendeu. Agora não há desculpa. Para quem quer aprender, a Universidade Palácio do Planalto ensina mais, em quatro anos, do que a melhor das universidades nacionais. Milhões de brasileiros assnaram o diploma de curso superior do presidente. Portanto, não há mais desculpas. Terá que governar bem. Para isso, é necessário, no mínimo, saber escolher a equipe. Que a raposa não tome conta do galinheiro, porque senão o PAC não vingará. FHC se recusou aprender.
Eustáquio Costa

CORRUPÇÃO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 29.01.07

CORRUPÇÃO

A sigla PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, lançado pelo governo Lula com orçamento nominal de R$ 503,9 bilhões) tem dois significados importantes. O segundo PAC que dizer: Programa Ativo de Corrupção. Sim, porque tomando como base a história recente, oito anos de governo FHC e quatro anos do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito inclusive com o meu voto, tudo leva a crer que no mínimo 30% do orçamento será desviado pára os porões da corrupção. O pior pecado da autoridade é a omissão e o pior cego é o que não quer ver. Assim, a farra só não se repetirá se as nossas autoridades tomarem um chazinho de vergonha. Caso contrário, o investimento não passará de R$ 352,73 bilhões, incluíndo o que será malfeito, para ser desmanchado e refeito posteriormente. É o jogo da hipocrisia.
Eustáquio Costa

DEMOLIÇÕES – PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 25.01.07

DEMOLIÇÕES

Para o trabalhador formar uma poupança no Brasil não é fácil. Primeiro, porque não há cultura de guardar um percentual do que se ganha mensalmente. Segundo, porque o salário médio do trabalhador é muito baixo, incapaz de satisfazer as necessidades mínimas. Portanto, é preciso valorizar o dinheiro daqueles que, com esforço sobre-humano conseguem guardar algum. É dinheiro sagrado! É correta a atitude do governo Arruda de demolir as construções irregulares. Mas, simultaneamente, é preciso que mande punir as falsas autoridades, que permitiram por irresponsabilidade ou por omissão proposital, que se construísse em locais proibidos. Porque, desse modo, estão dilapidando o patrimônio suado do trabalhador. Ele é o menos culpado pelas irregularidades, porque busca o endereço que dá dignidade para si e sua família. É atitude instintiva e nobre do ser humano. O mesmo não se pode dizer daqueles que amontoam o dinheiro da grilagem nas mansões.
Eustáquio Costa

IDIOSSINCRASIA – PUCLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 14.01.07

IDIOSSINCRASIA

Entre todos os animais, o homem é o único que multiplicou significativamente a sua capacidade cerebral, em milhões de anos de “evolução”. A caixa craniana do homem, desde que desceu da árvore, aumentou em aproximadamente 3,44 vezes. Ou seja, passou de um cérebro de 450 cm3 para 1.550 cm3, em média. De que adianta o privilegio, se não sabe usar até hoje, dizem os especialistas, mais que 5% do potencial dessa ferramenta. Ao homem e aos outros animais terrestres, foi reservado ¼ da superfície do planeta para seu hábitat. Para os animais aquáticos, os ¾ restantes. Mesmo sendo os donos da maior parte, eles não poluem nosso ambiente. Quem é, verdadeiramente, o mais sábio?
Eustáquio Costa

UNANIMIDADE BURRA – PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 23.12.06

UNANIMIDADE BURRA

No artigo “Democracia manca” (21.12.06), a autora mais uma vez brinca com as palavras falando sério. Lembra Nelson Rodrigues. A unanimidade é burra? A mobilização nacional contra o aumento dos subsídios dos parlamentares, motivada pela igreja e pelos sindicatos principalmente é infantilmente incoerente. Primeiro, porque toda esse energia deveria ser gasta para exigir o aumento do salário mínimo. Segundo, porque deputados, senadores e juízes terem boa remuneração é condição mínima necessária para a sociedade exigir deles o bom trabalho, que historicamente recusam prestar. Terceiro, porque o aumento não se reflete negativamente na economia, mesmo considerando o efeito cascata. Conclusão: falta assessoria para melhorar o desempenho do governo Lula. Os atuais dirigentes não sabem lidar com o dinheiro.
Eustáquio Costa

PREVIDÊNCIA - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 11.12.06

PREVIDÊNCIA

Outra vez vêm à tona as conversas sobre a reforma da Previdência. Como sempre, falas superficiais, incoerentes, inconscientes ou, senão, criminosas. As autoridades erram ou cometem crime quando afirmam existir déficit nas contas da Previdência. Tal afirmação fica ainda mais distante da realidade quando a culpa do famigerado déficit é atribuída aos trabalhadores rurais aposentados. A história mostra que o desenvolvimento brasileiro e da grande maioria dos países continentais foi sustentada pela mão calejada do homem do campo. Portanto, ele gerou riqueza suficiente para garantir-lhe esse mísero salário aposentadoria. De outro modo, se os recursos depositados mês a mês nas contas da Previdência fossem remunerados, como o são nos fundos privados, o resultado seria mais que suficientes para manter o necessário equilíbrio. Ora, se é justo o governo remunerar os recursos dos agiotas nacionais e internacionais a taxas exorbitantes, seria justo também remunerar os recursos destinados à aposentadoria.
Eustáquio Costa

DINHEIRO - PUBLICADO NO CORREIO BRAZILIENSE DE 25.12.06

DINHEIRO

Deus, ao criar o homem à sua imagem e semelhança, inseriu em seus braços a ferramenta mais perfeita, suas mãos. Para completar a obra, ainda lhe deu uma mente poderosa, capaz de criar outras ferramentas subsidiárias, que podem facilitar a vida. Entre eles, nenhum outro pode, se bem usado, lhe proporcionar maior economia de tempo e de energia para promover o desenvolvimento que o dinheiro. O dinheiro é um vale sobre o ativo social. Para catalisar a energia que edifica, precisa circular na medida certa. Portanto é bobagem a mobilização nacional contra o aumento dos salários dos deputados e dos juízes. É melhor gastarmos as nossas forças para exigir que o salário mínimo seja elevado ao patamar da dignidade. Que o crédito seja barato. Isso sim pode fazer grande diferença na economia. Nem mesmo devemos nos preocupar com o efeito cascata, porque o dinheiro dos vereadores, por exemplo, é um dinheiro que circula, que movimenta a economia dos municípios. Devemos nos preocupar é com o dinheiro amontoado nos bancos, que não circula e ainda é remunerado pelo Estado a taxas exorbitantes, as maiores do Planeta. Que os nossos senadores, deputados e juizes, para justificar os seus respectivos salários enxerguem e desmascarem essa idiossincrasia.

Eustáquio Costa